Estudantes dizem que foram expulsas de restaurante no Rio por serem homossexuais
Duas estudantes que dizem terem sido expulsas de um restaurante no Rio de Janeiro por serem homossexuais serão recebidas nesta quarta-feira (16) pelos advogados do Centro de Referência da Cidadania LGBT, em Niterói, região metropolitana da capital, para denunciar o estabelecimento.
Caroline Pavão, 21, e Mariana Correa, 24, acusam um garçom de um restaurante na Lapa, no centro do Rio, de as terem expulsado depois que elas se beijaram, na noite de sábado (12).
Segundo as estudantes, elas estavam sentadas em uma mesa do restaurante quando um funcionário mandou que elas parassem de se beijar, e, em seguida, as expulsaram.
Uma das gerentes, que não quis se identificar, disse que não se tratava de um garçom, mas, sim, de um cliente que estava comendo uma pizza com duas crianças de 10 e 12 anos, e pediu que elas parassem de se beijar.
"Ele disse que elas estavam se comportando de maneira inadequada, e foi reclamar com elas. As duas se levantaram e foram embora. Elas nem nos procuraram na hora, não expulsamos ninguém", diz.
Rodrigo Cabral, outro gerente do restaurante, também nega a expulsão e garante que vai processar as duas namoradas por calúnia.
"Nós trabalhamos aqui há 20 anos e nunca tivemos problemas com ninguém. Tratamos todos os clientes da mesma forma. Elas estão mentindo e nós vamos processá-las, se elas continuarem nos difamando", afirma.
O UOL não conseguiu falar com as estudantes. Em entrevista à rádio CBN, Mariana contou que esta não foi a primeira vez que foi vítima de homofobia.
Em outra ocasião, ela estava acompanhada por uma mulher, quando um homem deu um soco em seu rosto. A polícia foi chamada e o agressor foi condenado a pagar cestas básicas.
Cidadania LGBT
O casal, que ainda não fez o boletim de ocorrência será atendido pelo Centro de Referência de Niterói.
Os advogados do programa vão dar assistência jurídica para as namoradas, caso elas queiram entrar com um processo contra o restaurante.
De acordo com informações do centro, é importante que se faça o boletim de ocorrência das denúncias para que haja dados concretos sobre crimes motivados por homofobia.
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