Mulher é presa após planejar sumiço do próprio filho no interior de São Paulo, diz polícia
Duas mulheres foram presas em flagrante nessa quinta-feira (31), em Birigui (517 km de São Paulo), acusadas de sequestro. Segundo a polícia, elas tramaram o sumiço de um bebê, hoje com quatro meses de idade, que ficou mais de 60 dias "desaparecido".
Uma delas, Daniela de Oliveira, 32 anos, é a mãe da criança. O bebê foi encontrado pela Polícia Militar na casa de Lucilene Camilo Moraes, 25, num bairro da própria cidade. Ao ser detida, Lucilene disse que teria pegado a criança em um lixão, depois de ter sido deixada no local pela mãe.
Daniela, por sua vez, sustentou a versão de que a criança havia sido roubada de dentro da própria casa, mas depois, na delegacia, confessou que teria acertado com Lucilene a entrega do próprio filho.
Desaparecimento
O bebê Arthur de Oliveira Almeida estava “desaparecido” desde 28 de novembro do ano passado, quando sua mãe, Daniela, fez a comunicação à polícia. A informação era de que a criança teria sumido de dentro da casa da família, no bairro João Crevelaro, periferia da cidade, logo depois que Daniela saiu para levar outro filho à casa de um parente.
Além de Arthur, Daniela tem mais sete filhos. A PM foi acionada por volta das 6h30 daquele dia. O caso ganhou repercussão nacional na imprensa. Daniela chegou a participar de um programa de TV, quando relatou seu “drama”. Na época, Arthur estava com dois meses de vida.
Busca
Na tarde dessa quinta-feira (31), após denúncia anônima, a polícia conseguiu localizar a criança na casa de Lucilene, no bairro Colinas, sentido oposto ao João Crevelaro, de onde teria sido “retirada”.
Além de Arthur, estavam na residência dois sobrinhos de Lucilene. Como a mulher não apresentou a certidão de nascimento do bebê, sob alegação de que estaria com outra pessoa, foi conduzida, junto com Arthur, ao plantão policial.
Os pais biológicos também foram chamados. O pai do menino, o montador Ivanildo da Silva Almeida, 38, que não estava em casa quando a criança desapareceu, foi à delegacia e reconheceu o menino como sendo seu filho devido a uma mancha de nascença nas costas.
O montador disse não acreditar que a companheira, com quem tem outros cinco filhos, tenha dado a criança. O pai também foi ouvido pela polícia, mas não foram encontrados indícios de sua participação no crime.
Contradição
Segundo o delegado da Polícia Civil Heweraldo Weber Gonçalves, as mulheres foram ouvidas em salas separadas para confrontar as versões. A princípio, Lucilene disse à polícia que tinha visto Daniela abandonando a criança em um lixão no bairro João Crevelaro, e por isso pegou o bebê. Já Daniela manteve a versão do sumiço.
Após questionamentos sem respostas, elas assumiram que tinham combinado a entrega da criança, que ocorreu na noite anterior da comunicação do desaparecimento. Os detalhes de como aconteceu a entrega não haviam sido revelados pelas mulheres.
Lucilene, que já teve passagem na polícia por tráfico de drogas, disse que ficou com medo de contar que estava com a criança devido à grande repercussão do caso. Conforme a polícia, ela tem um filho de sete anos, mas perdeu a guarda dele. Recentemente, teria engravidado, mas perdido o bebê.
Prisão
As duas mulheres foram presas em flagrante por terem arquitetado o sumiço de Arthur. Daniela, a mãe, ainda vai responder por abandono de incapaz e falsa comunicação de crime, uma vez que tinha procurado a polícia para falar que a criança tinha desaparecido.
Elas foram encaminhadas para a cadeia feminina de General Salgado (545 km de São Paulo). O bebê foi entregue ao Conselho Tutelar de Birigui e vai ficar abrigado sob proteção da Justiça.
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