Terminais de ônibus em SP são reabertos após quase cinco horas de paralisação

Treze terminais de ônibus que permaneciam fechados em São Paulo desde as 8h desta quarta-feira (10) reabriram por volta das 12h50 após 750 mil usuários serem prejudicados. A paralisação aconteceu devido a uma briga interna dentro do sindicato dos trabalhadores de ônibus do transporte coletivo de São Paulo e chegou a atingir 16 terminais no final da manhã. Às 12h30, os terminais Campo Limpo, Varginha e Grajaú, na zona sul, já haviam sido liberados.

Ao todo, pelo menos 400 linhas das 1.300 linhas municipais foram afetadas, segundo cálculos da SPTrans. Diariamente, o sistema transporta por volta de 1,5 milhão de usuários.

De acordo com a SPTrans, foram registrados boletins de ocorrência na Polícia Civil contra os sindicalistas e solicitada intervenção do Ministério Público do Trabalho. 

Segundo a administração municipal, chegaram a ficar fechados os terminais Santo Amaro, Parque D. Pedro, Capelinha, Campo Limpo, Grajaú, Varginha, João Dias, Lapa, Cachoeirinha, Pirituba, Casa Verde, Vila Prudente, metrô Santana, Sacomã e Mercado, do Expresso Tiradentes, também interrompido. Por volta das 11, também o terminal Jabaquara fechou.

O fechamento foi promovido às vésperas da eleição para a diretoria do sindicato, em votação que acontece das 0h desta quinta (11) às 18h do dia 12. A ação é coordenada pela oposição da chapa que tenta a reeleição sob a justificativa de falta de transparência no processo eleitoral.

Em carta aberta à população, o presidente do sindicato dos motoristas de São Paulo, Isao Hosogi, lamentou e condenou a ação que classificou “desesperada” e de uma “minoria dissidente da diretoria da entidade, que desde a semana passada passaram a praticar terror eleitoral”.

A minoria a que Hosogi se refere é capitaneada por um dos atuais diretores do sindicato e ex-presidente da entidade, Edvaldo Santigado Silva, ligado à UGT (União Geral dos Trabalhadores). A ala de situação é vinculada à Nova Central Sindical e tem em sua chapa nomes também da CUT (Central Única dos Trabalhadores).

A reportagem tentou contato com Silva, mas ele não atendeu as ligações.

Segundo a secretaria de transportes, a Guarda Civil metropolitana também foi acionada para desobstruir os terminais fechados.

Em entrevista à rádio CBN, o secretário municipal de transportes, Jilmar Tatto, criticou a paralisação nos terminais promovida por parte dos sindicalistas.

"Acho um absurdo você parar uma linha em função de disputa sindical”, disse Tatto, para quem o maior prejudicado "é quem está no ônibus, quem depende do ônibus", avaliou.

Usuários reclamam nas redes sociais

Nas redes sociais, usuários reclamam de uma suposta truculência de sindicalistas em relação aos trabalhadores, para que pudessem parar os trabalhos.

"Neste momento, na rua do Gasômetro, na esquina com a rua Monsenhor de Andrade, um grupo de manifestantes que diz representar o sindicato dos motoristas para ônibus, avança dentro deles, discute com cobradores, motoristas e passageiros. Natural protestar, mas estão com ânimos exaltados", relatou uma usuária de ônibus da zona leste, em sua página no Facebook.

"[Os sindicalistas] Chamam de safados os cobradores que dizem ser contra a paralisação prevista para amanhã e também com os passageiros de ônibus. Pedi gentilmente a um manifestante que não gritasse com as senhoras e senhores idosos que estavam dentro do ônibus, que podiam passar mal", completou.

No Twitter, usuários também se queixaram da paralisação: "O cobrador do único onibus que passou disse que amanhã nenhum carro sai das garagens!", escreveu um deles. "É, nao dá pra parar uma porrada de terminais por causa de eleição do sindicato", destacou outro. "Pois é. Tava no terminal, de boa. Aí nego fecha o terminal, não deixa nenhum busão entrar ou sair =\", citou outro internauta.