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Entidade que protestou na Câmara de SP diz que 'povo deve seguir nas ruas'

Marivaldo Carvalho

Do UOL, em São Paulo

22/08/2013 17h57Atualizada em 22/08/2013 21h57

A audiência pública sobre o transporte coletivo na cidade de São Paulo terminou com uma avaliação positiva das entidades que participaram do ato e chegaram a reunir 500 manifestantes na Câmara Municipal.

"A audiência pública foi importante, porque a gente conseguiu colocar em pauta o passe livre estudantil. Reafirmou a necessidade de estarmos ainda mais nas ruas, na mobilização, inclusive nas escolas e nas universidades", diz Arielli Moreira, da comissão da Anel (Assembleia Nacional dos Estudantes).

A comissão executiva nacional da instituição entregou ao presidente da Câmara Municipal de São Paulo, José Américo (PT), uma sugestão de projeto de lei de passe livre estudantil e questionou o lucro das empresas de ônibus. "É um absurdo", diz Moreira.

A manifestação seguiu pacífica até o final, sem depredações nem invasões. Houve forte presença da Polícia Militar, que revistou as mochilas dos ativistas e evitou a entrada dos participantes.

Sabatina Folha/UOL

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Outro grupo engrossou o ato, mas com outras demandas. O Movimento Nacional Quilombo, Raça e Classe protestou contra o que eles chamaram de genocídio negro. Entre os gritos dos manifestantes, esteve "Cadê o Amarildo?", em referência ao pedreiro desaparecido depois de ser levado por policiais à UPP da favela da Rocinha. Eles tentaram falar com algum vereador, mas o cordão de isolamento da PM os impediu de entrar no local.

Em entrevista ao UOL, o vereador José Américo disse que "acha viável" [o projeto de passe livre para estudantes]". "Vamos debater." Mas diz que uma outra alternativa seria tentar viabilizar o PL por meio de iniciativa popular, colhendo pelo menos 80 mil assinaturas.

Já o presidente do sindicato dos metroviários de São Paulo, Altino de Melo Prazeres Júnior, considerou positiva a quantidade de pessoas mobilizadas. "É um primeiro passo [a audiência pública] para conseguirmos viabilizar o projeto."

Ele também questionou a nova licitação em vigor do transporte público da cidade e pediu o descredenciamento de empresas para tentar impedir que concorram à licitação.

“Não adianta mudar de nome e continuar participando. Vou levantar a questão do propinoduto também. Tem que ter uma empresa pública, como era a CMTC, que quebra o paradigma que tudo é privado. A máfia dos transportes é grande em São Paulo”, diz ele. 

Mais cedo, o coordenador de comunicação do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de São Paulo, Nailton Francisco de Souza, disse que havia sonegação de impostos como INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) e FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). "O transporte não pode ser uma mercadoria, mas sim um direito do cidadão."

Vans

Por volta das 18h, terminou o protesto dos motoristas de transporte escolar municipal que interrompia o tráfego desde a manhã no Viaduto do Chá, em frente à prefeitura de São Paulo, também no centro.

Os donos de vans que prestam serviços para a prefeitura reclamam da defasagem do valor pago pela administração municipal.

Segundo Ione Rocha, integrante da comissão de negociação, houve um reajuste de cerca de 15% em maio, mas seriam necessários ao menos mais 50% para garantir a viabilidade financeira do transporte. (Com Agência Brasil)