Sem-teto e professores mobilizam mais do que ativistas anti-Copa
Em uma quinta-feira (15) marcada por greves e manifestações em várias capitais, os protestos protagonizados por movimentos sem-teto e professores em greve conseguiram mobilizar mais manifestantes do que os atos contrários à Copa do Mundo.
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- http://noticias.uol.com.br/enquetes/2014/05/16/dilma-disse-que-a-super-quinta-de-protestos-foi-um-fracasso-voce-concorda.js
Os ativistas anti-Copa escolheram o 15 de maio para organizar uma mobilização em diversas cidades do país e até do exterior contra a realização do mundial. A articulação coincidiu com a ocorrência de greves de professores em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais e de policiais militares no Recife.
O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) aproveitou a data para colocar em pauta a questão habitacional. Apesar de criticarem os gastos públicos e as violações de direitos decorrentes da organização do Mundial, o movimento tem uma pauta de reivindicações que inclui mudanças no Minha Casa Minha Vida, a desapropriação de terrenos ocupados, a construção de moradias populares e a regularização de áreas ocupadas.$escape.getH()uolbr_geraModulos('embed-lista','/2014/protestos-pelo-pais-1400159695906.vm')
Levantamento realizado pela reportagem do UOL apontou que, no total, cerca de 17,5 mil manifestantes participaram de protestos em 14 capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Brasília, Goiânia, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza, João Pessoa, Belém e Manaus.
Os atos contrários à Copa foram realizados em São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Salvador e João Pessoa. A maior manifestação anti-Copa foi realizada na capital paulista, com 1.200 ativistas. Nas demais capitais, os protestos se reduziram a dezenas ou centenas de manifestantes. No total, os atos contrários à Copa reuniram cerca de 2.900 pessoas.
Professores em greve realizaram protestos em São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Vitória. Em Belém e Fortaleza, manifestantes foram às ruas para pedir passe livre. Na capital cearense, houve confronto com a polícia. Em Manaus, assistentes sociais e enfermeiros da prefeitura realizaram protesto em frente à Arena da Amazônia. Em Goiânia, motoristas de ônibus protestaram com uma carreata.
Governo monitora atos
O governo federal acompanhou atentamente os protestos para definir o planejamento da segurança para a Copa. De acordo com informações do Planalto, a presidente Dilma Rousseff considerou a “super quinta” de protestos um fracasso.
Ainda assim, o ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, manifestou preocupação com atos violentos.
Em entrevista ao UOL, entretanto, Carvalho anunciou que o governo federal desistiu de aprovar uma lei que endurece o tratamento a manifestantes violentos, apelidada de lei antiterrorismo. "Foi uma mudança de posição sim, o governo voltou atrás."
Em junho de 2013, no auge das mobilizações, cerca de 3 milhões de manifestantes foram às ruas. Naquela época, o mote dos protestos era o aumento das tarifas do transporte público. Nos últimos meses de 2013 e nos primeiros meses deste ano, as manifestações perderam força, mas voltaram a ganhar impulso nas últimas semanas, com greves e mobilizações organizadas por movimentos sem-teto
São Paulo
A capital paulista foi cenário de mais de dez protestos, que totalizaram quase 13 mil pessoas e bloquearam as principais vias da cidade. Pela manhã, cerca de 5.000 sem-teto ligados ao MTST marcharam cerca da ocupação “Copa do Povo”, na região de Itaquera, até a Radial Leste, que ficou bloqueada, assim como a avenida Jacu-Pêssego.
O protesto terminou nas proximidades do Itaquerão, palco da abertura da Copa do Mundo. Integrantes de torcidas organizadas do Corinthians, como a Gaviões da Fiel e a Camisa 12, foram até o estádio para impedir que os manifestantes protestassem dentro do estádio.
No entanto, segundo Guilherme Boulos, dirigente do MTST, lideranças do movimento conversaram com representantes da Gaviões e lhes disseram que não havia a intenção de protestar na arena. Ao menos outras cinco manifestações de movimentos de moradia foram realizadas pela cidade, reunindo, ao todo, mil pessoas, segundo estimativa do MTST, que prometeu uma nova rodada de protestos no dia 22.
As marginais Tietê e Pinheiros, a via Anhanguera e avenidas importantes da cidade foram bloqueadas. Metalúrgicos ligados à Força Sindical também protestaram em três pontos da cidade. Houve ainda manifestações de funcionários do Metrô por melhores salários, no centro, e da moradores do Rio Pequeno, que protestaram para denunciar a violência contra a menores.
Na avenida Paulista, cerca de cem ex-funcionários da empresa Idort, que presta serviço aos Telecentros da prefeitura, fecharam as pistas da via, em protesto contra o não-pagamento de direitos trabalhistas.
Cerca de 5.000 professores municipais em greve marcharam da Secretaria Municipal de Educação, na Vila Clementino, zona sul, até a prefeitura, no centro. A passeata ocupou a avenida 23 de Maio, principal ligação do centro com o sul da cidade.
Batalhão de choque se posiciona durante protesto
A avenida Paulista foi palco de outro protesto, contra a Copa do Mundo, que reuniu cerca de 1.200 manifestantes, segundo a Polícia Militar. A concentração começou antes de 17h. Por volta de 18h50, o grupo deixou a Paulista e seguiu pela rua da Consolação, em direção ao estádio de Pacaembu. Menos de 20 minutos depois, houve confronto: policiais militares usaram bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral.
Um grupo de manifestantes mascarados depredou uma loja de carros. Pelo menos 20 pessoas foram detidas portando coquetéis-molotov e martelos, segundo a PM.
Rio de Janeiro
Na capital fluminense, houve três mobilizações diferentes: cerca de 300 rodoviários, que recém encerraram uma greve, se reuniram em assembleia perto da Central do Brasil, no centro. Eles deixaram o local por temerem alguma confusão relacionada ao protesto contra a Copa Mundo, que reuniu cerca de 200 ativistas. Um grupo de 800 professores grevistas da rede pública estadual e municipal se juntou à mobilização anti-Copa, que terminou sem grandes incidentes.
Belo Horizonte
Os protestos em Belo Horizonte reuniram entre 500 e 700 pessoas na região centra, entre o final da tarde e o início da noite. O grupo era composto por movimentos sociais contrários à Copa e ativistas que defenderam tarifa zero para o transporte. Os manifestantes marcharam da praça Raul Soares até a praça Sete de Setembro. Servidores municipais em greve, entre eles professores, também protestaram na capital mineira. (Com informações do UOL no Rio, em Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Maceió). $escape.getH()uolbr_geraModulos('embed-lista','/2014/protestos-em-2013-x-protestos-em-2014-1400180307508.vm')
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