Greves de servidores em SC deixam 35 mil sem escola e suspendem cirurgias
Duas das maiores cidades de Santa Catarina, Joinville e Blumenau enfrentam uma semana de greves do funcionalismo público, em campanhas idênticas por reajustes salariais. Com isso, mais de 35 mil crianças estão sem escolas, hospitais cancelaram cirurgias e postos de saúde funcionam com atendimento reduzido.
A greve é mais forte em Blumenau (150 km de Florianópolis). Segundo a prefeitura, aderem ao movimento 50% dos 8.300 funcionários. Cerca de 12 mil crianças estão sem creches e 15 mil sem escola básica, na rede municipal de 70 unidades. Os postos de saúde cancelaram o atendimento de 125 pessoas por dia de paralisação, iniciada na última quarta-feira (21).
Em Joinville (180 km da capital), conforme a prefeitura, a paralisação seria de apenas 10% dos 12 mil funcionários. Contudo números do sindicato dos servidores indicam uma adesão de 25%. A greve na cidade começou no dia 20. A Justiça do Trabalho ordenou a volta ao trabalho dos grevistas, mas eles ignoraram a decisão.
A adesão do magistério seria de apenas 600 professores, entre quase 5.000 profissionais. Pais e alunos relataram 15 escolas fechadas com quase 10 mil crianças sem aulas (a rede municipal tem 35 mil),
Na saúde, o Hospital São José enfrenta a situação mais grave. Estão parados servidores dos andares de pós-operatório, o que impede novas cirurgias. Cerca de 90 operações eletivas já foram suspensas.
Nas duas cidades, as negociações estão tensas. Em Blumenau, os servidores realizaram passeatas de protesto, mobilizando cerca de 3.000 pessoas. O Sintraseb (sindicato dos servidores) organiza novo protesto para a tarde desta terça-feira (27). Em Joinville, houve um protesto pacífico ontem (26).
As prefeituras oferecem os mesmos índices de reajuste. O prefeito Napoleão Bernardes (PSDB) encaminhou à Câmara uma oferta de reajuste de 5,82%, mas o projeto ainda não foi votado, à espera de entendimento entre prefeitura e grevistas. Em Joinville, o prefeito Udo Dohler (PMDB) ofereceu os mesmos 5,82%, mas os grevistas querem 8%. Prefeituras e sindicatos seguem negociando saídas para o impasse.
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