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Com greve, Metrô-SP encerra operação mais cedo

Wellington Ramalhoso

Do UOL, em São Paulo

05/06/2014 12h16Atualizada em 05/06/2014 22h43

O Metrô de São Paulo remanejou funcionários para operar trens e contornar a greve desta quinta-feira (5). Com o plano de contingência, 37 das 62 estações da rede estão abertas. A operação comercial, entretanto, será encerrada às 23h --em dias normais, as estações fecham depois de 0h. 

A linha 1-azul está operando entre as estações Luz e Saúde. A 2-verde está restrita ao trecho Ana Rosa-Vila Madalena. A 3-vermelha funciona no trecho entre Tatuapé e Marechal Deodoro. Das 37 estações em operação, seis foram abertas somente no período da tarde, por volta de 16h.

linha 4-amarela, que é operada por empresa privada, opera normalmente. A linha 5-lilás também funciona normalmente, mas sem a estação Adolfo Pinheiro, que ainda passa por testes.

Em assembleia na noite de hoje, os metroviários decidiram pela continuidade da greve. Mais cedo, representantes do Metrô e do sindicato estiveram reunidos no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) em uma nova audiência para tratar da negociação salarial, mas não houve acordo.

Com metrô e trânsito parados, paulistanos reclamam que só querem trabalhar

O secretário-geral do Sindicato dos Metroviários, Alex Fernandes, afirmou que somente na assembleia do fim da tarde a categoria discutirá a determinação do TRT para que os metroviários coloquem em funcionamento 100% da frota nos horários de pico e 70% no restante do dia. O sindicato alega que só foi notificado pela Justiça depois da assembleia realizada ontem, quando se decidiu pela greve. 

O Metrô, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que os trens são conduzidos hoje por "funcionários com treinamento". Não informou em que áreas da empresa eles costumam trabalhar, mas confirmou que há supervisores no grupo. 

O secretário-geral do sindicato disse que a adesão dos metroviários à paralisação é massiva. Segundo ele, a empresa recorreu a chefes e coordenadores para colocar os trens em operação. "São pessoas não totalmente habilitadas para conduzir os trens. Estão colocando a segurança da população em risco", declarou o sindicalista. 

As linhas 1 e 3 estão operando somente nos trechos mais próximos ao centro. O Metrô disse que a opção pelas áreas centrais foi uma "estratégia operacional", mas não deu detalhes sobre a escolha.

Trânsito recorde

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) suspendeu o rodízio municipal de veículos, que hoje tiraria de circulação nos horários de pico os carros com placas final 7 e 8. A exemplo dos metroviários, agentes da CET aprovaram greve por tempo indeterminado nesta quinta.

As paralisações prejudicam o trânsito. De acordo com a CET, os congestionamentos nas vias monitoradas somavam 209 km às 9h30, marca recorde no período da manhã em 2014 e a terceira maior para o período desde o início das medições, em 1994.

Em Itaquera, houve tumulto na estação da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Como a estação do metrô não funcionava, a companhia decidiu fechar também a sua estação. Revoltados, passageiros derrubaram grades e chegaram a ocupar os trilhos.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou que a greve é política e abusiva e que a administração estadual já fez tudo o que podia na negociação salarial com os metroviários