Topo

Após ataque de tigre no Paraná, zoológico do Rio reforça segurança

Gustavo Maia

Do UOL, no Rio de Janeiro

02/08/2014 14h50

O ataque de um tigre a um garoto de 11 anos no zoológico de Cascavel, no Paraná, ocorrido na última quarta-feira (30), era lembrado a todo instante na manhã deste sábado (2) pelos visitantes do Jardim Zoológico do Rio de Janeiro e também pelos seguranças do local, que reforçaram o monitoramento dos frequentadores nas grades de proteção situadas antes das jaulas.

"A gente fica atento pra não acontecer o que aconteceu no Paraná. Às vezes cai uma câmera, uma chupeta, depois da grade e as pessoas querem pegar. É um risco que a gente não pode permitir", afirmou um guarda, que pediu para não ser identificado. Após ter sido mordido pelo felino, o garoto teve o braço direito amputado.

Durante toda a manhã, a reportagem do UOL presenciou diversas vezes pais sendo repreendidos por guardas por levantarem seus filhos pequenos acima das grades ou por colocá-los sentados sobre o gradil, para verem melhor os animais. No caso de Cascavel, o pai do garoto ferido está sendo investigado pela polícia por suposta negligência, assim como o zoológico.

Caminhando pelo setor onde ficam os felinos, o securitário Jorge Vieira Júnior, 30, já havia mostrado uma suçuarana, uma onça-pintada e um leão para a filha de um ano e meio e o filho de cinco anos. Quando estavam na frente da jaula do tigre-de-bengala, Jorge pegou a filha no colo e a sentou na grade. Segundos depois, um guarda lhe avisou que aquilo não era permitido.

"É bom que façam isso mesmo. O que aconteceu com aquele garoto não pode se repetir", disse o pai, ao lado da mulher. "Às vezes nem é perigoso, porque ainda tem um espaço grande até a jaula, mas é melhor que eles fiquem atentos. Todo alerta é bem-vindo", completou. 

O supervisor de telecomunicações Carlos Henrique Abílio, 34, que estava no zoológico com a mulher, o filho de 6 anos e outros familiares, disse ter percebido um reforço na atenção dos guardas aos visitantes. "Já tinha vindo outras vezes e os seguranças não ficavam falando tanto. Agora eles estão em cima", declarou.

Para Abílio, a estrutura de segurança do zoológico do Rio é, em geral, satisfatória. "Pelo que eu vi do acidente no Sul, aqui é mais seguro por que a grade da jaula é mais fechada. Mesmo que as crianças pulem, acho que não cabe um braço pelos buracos", disse.

Visitando o zoológico com o filho de cinco anos e o marido, a jornalista Fernanda Barbosa, 33, disse ter achado insuficiente a quantidade de guardas no local. A reportagem observou pelo menos um segurança em cada setor do Jardim Zoológico.

Ela também criticou a visibilidade de alguns animais para crianças menores. "Em alguns casos, como o do urso, por exemplo, as muretas são um pouco mais altas e os pais têm que levantar os filhos. Tem muitos que colocam por cima dos ombros. Se alguém tropeçar ou perder o equilíbrio, a criança pode cair no local onde estão os animais", disse Fernanda. "Talvez um vidro reforçado fosse mais ideal para diminuir qualquer risco. Mas teria que ser bem limpo", sugeriu.