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Sabesp: 2ª parte do volume morto do Cantareira termina em março de 2015

Fabiana Maranhão

Do UOL, em São Paulo

08/10/2014 12h33Atualizada em 08/10/2014 14h49

Se não chover, a segunda cota do volume morto do sistema Cantareira, que abastece um terço da população da Grande São Paulo (6,5 milhões de pessoas), vai durar até março do próximo ano, segundo a presidente da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), Dilma Pena.

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"Se se repetir o fenômeno do ano passado [de chuva abaixo da média histórica], essa água dura até março, meados de abril do próximo ano", afirmou Dilma Pena na manhã desta quarta-feira (8) durante sessão da CPI que investiga queixas de falta de água na capital paulista. Nesta manhã, a Sabesp admitiu que há falta de água na capital paulista.

nível do Cantareira caiu nesta quarta-feira para 5,5%, o mais crítico de sua história. Esse percentual é da primeira parte do volume morto --água que fica no fundo das represas--, já que o volume útil do sistema já se esgotou.

A primeira parte da reserva técnica --de 182,5 bilhões de litros de água-- começou a ser captada em 15 de maio deste ano. "Nós temos da primeira reserva técnica [do Cantareira] água suficiente para até meados, final de novembro, caso não chova", disse Dilma Pena.

Por causa do baixo índice do Cantareira, a Sabesp pretende usar uma segunda cota do volume morto, de 106 bilhões de litros de água. Ao todo, o volume morto do Cantareira tem cerca de 400 bilhões de litros.

No entanto, os Ministérios Públicos Estadual e Federal querem evitar que essa segunda parte seja captada. As instituições entraram com uma ação civil pública na Justiça na semana passada pedindo a proibição do uso da segunda cota do volume morto.

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Evento extremo

 
A presidente da Sabesp culpou o clima pela crise atual de falta de água. "É um evento extremo, sem precedentes na história das medições meteorológicas", classificou. 
 
Segundo ela, entre janeiro e setembro, a entrada de água no sistema Cantareira foi 25% da média histórica e 58% da afluência mínima. "É uma situação que merece nossa atenção, nosso esforço e nossa cooperação", falou.
 
Respondendo a críticas sobre a forma como a empresa tem administrado a crise, Dilma Pena foi enfática ao dizer que "o corpo gerencial da Sabesp sempre atuou com extrema responsabilidade, sobretudo neste ano".
 
Ela destacou os resultados da política de bônus que a companhia implantou em 1º de fevereiro. O desconto de 30% é para quem consegue diminuir o consumo em 20%.
 
Segundo ela, em setembro, 76% da população da Grande São Paulo economizaram água e 51% conseguiram o bônus."Isso significa uma economia de 3,6m³ de água por segundo. Um metro cúbico de água por segundo é suficiente para atender 300 mil a 400 mil pessoas", detalhou.