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Seca leva bloco de Carnaval a cancelar caminhão-pipa em desfile no Rio

Na edição de 2014, o banho de mangueira ajudou a aliviar o calor do foliões que participaram do bloco - Marco Teixeira / UOL
Na edição de 2014, o banho de mangueira ajudou a aliviar o calor do foliões que participaram do bloco Imagem: Marco Teixeira / UOL

Do UOL, no Rio

27/01/2015 15h29

Os efeitos da seca que atinge a região Sudeste chegaram também ao Carnaval do Rio de Janeiro. Frente à crise hídrica, o Bloco Imprensa Que Eu Gamo, que desfila pelo 20º ano neste sábado (31) em Laranjeiras, na zona sul da cidade, preferiu deixar de lado o caminhão-pipa que costuma refrescar os foliões e sair “a seco”.

A jornalista Ramona Ordoñez, uma das diretoras do bloco, diz que o serviço já estava até contratado, mas foi cancelado. “Em função dessa crise toda, a gente julgou que não faria o menor sentido desperdiçar água”, afirma.

Fundado por um grupo de jornalistas, o Imprensa faz parte da Sebastiana (Associação Independente de Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro da Cidade do Rio de Janeiro), que reúne outros 11 blocos.  Segundo a assessoria de imprensa da associação, no entanto, o bloco foi o único do grupo a optar por deixar o caminhão-pipa de lado neste Carnaval.

A longa estiagem que afeta o Sudeste coloca em risco o abastecimento da população tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo. Os reservatórios de Santa Branca e de Paraibuna, atingiram o volume morto nos últimos dias, segundo boletins do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).

O rio Paraíba do Sul chegou, nesta semana, ao seu menor nível histórico para está época do ano. O volume de água dos reservatórios do rio, que abastecem cerca de 15 milhões de pessoas nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, caiu para 0,61% na segunda-feira (26), segundo a ANA (Agência Nacional de Águas).

O secretário de Estado de Ambiente do Rio de Janeiro, André Correa (PSD), afirmou na sexta-feira (23) que o governo tem um período de seis meses para arrumar a casa e evitar medidas drásticas a fim de resolver a crise hídrica que afeta a região Sudeste. Se as chuvas não encherem os reservatórios da bacia do Paraíba do Sul até o começo do segundo semestre, Correa considera, inclusive, ter que executar um programa de racionamento de água, o que já consta do plano de contingência da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos).