Ciclista é atingido por bala perdida após perseguição policial em Niterói

Um ciclista foi atingido por uma bala perdida na noite desta quarta-feira (28) no bairro de São Francisco, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. A identidade da vítima não foi confirmada.

Ele foi ferido no ombro, de raspão, durante uma perseguição de policiais militares a suspeitos que, segundo a polícia, estavam em um carro roubado. O ciclista foi levado para o hospital Azevedo Lima, em Niterói. O caso foi registrado na 77ª DP (Icaraí).

Esse foi o 18º caso de vítima de bala perdida na região metropolitana do Rio e na Baixada Fluminense nos últimos 12 dias. Quatro pessoas morreram.

Na tarde de ontem, um motorista de ônibus de 32 anos também foi vítima de um disparo de origem não identificada. Isso ocorreu quando o condutor trafegava pela avenida Nelson Cardoso, na Taquara, em Jacarepaguá, na zona oeste da cidade.

Dois assaltantes tentavam roubar um homem que havia sacado dinheiro em uma agência bancária do bairro. Ao perceber a aproximação dos suspeitos, a vítima correu para um posto de gasolina, onde havia um homem armado. Não há informação se esse homem era ou não policial. Ele atirou contra os criminosos, que reagiram.

O vidro da loja de conveniência do posto de gasolina foi quebrado por um tiro e os estilhaços feriram uma mulher. Ela e o motorista de ônibus vítima de bala perdida foram levados a uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) na Taquara, e passam bem.

Bala perdida ressurge no Rio

Reportagem do UOL publicada na quarta mostrou que o fenômeno da bala perdida, que estampou várias capas de jornais durante a década de 90, ressurgiu com força no Rio nas últimas semanas.

No começo de 1990, em um período de dois meses, a polícia contabilizava nove mortes por bala perdida apenas na cidade do Rio, sendo a maioria de crianças.

À época, as favelas eram verdadeiras fortalezas do tráfico de drogas. Os criminosos travavam confrontos à distância, de um morro para o outro, com projéteis luminosos --os chamados tiros "traçantes".

Na ocasião, o temor levou proprietários de apartamentos e estabelecimentos comerciais a instalar blindagem e chapas metálicas nas janelas.