Greve de ônibus cresce em BH e prejudica a rotina de 450 mil usuários
A adesão à greve de motoristas e cobradores de ônibus de Belo Horizonte cresceu nesta quarta-feira (10), terceiro dia de paralisação, e prejudica a rotina de aproximadamente 450 mil usuários.
A empresa BHTrans, responsável pelo gerenciamento do transporte público na cidade, colocou em prática na manhã de hoje um plano de contingência para tentar amenizar o impacto da greve, que afeta todas as estações de ônibus do sistema.
Conforme a empresa, as estações Diamante e Barreiro estão fechadas pelos rodoviários. Nesses dois locais, passam 180 mil usuários por dia.
Pelo plano, os ônibus que apenas alimentam a estação Pampulha estão sendo enviados para o centro com os passageiros. Nesse local, são 100 mil usuários por dia.
Na estação São Gabriel, as pessoas estão sendo orientadas a utilizar o metrô, que funciona normalmente. A estação atende 95 mil pessoas ao dia.
Na estação Venda Nova, as linhas alimentadoras estão conduzindo os passageiros até a estação Vilarinho, de onde eles podem alcançar o metrô. A Vilarinho recebe 74,5 mil usuários diariamente. Já o número de pessoas atendidas pela Venda Nova não foi informado pela BHTrans.
Descumprimento de acordo
O Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Rodoviário de Belo Horizonte e Região (STTR-BH) informou que os donos de empresas que exploram o serviço na cidade teriam descumprido acordo feito em Convenção Coletiva de Trabalho, em março deste ano, no qual foi firmado o pagamento de participação nos lucros e resultados para os empregados.
Conforme a entidade, o pagamento teria que ter sido feito até o quinto dia útil deste mês.
A assessoria do Setra-BH, o sindicato patronal, informou ter enviado pedido ao sindicato dos trabalhadores solicitando o adiamento da data do pagamento da parcela acordada. Conforme o setor, o sindicato patronal alega que o sistema está operando no vermelho e um ofício teria sido encaminhado à BHTrans para que ela avaliasse a questão.
O presidente do STTR, Ronaldo Batista, discordou da alegação dada pelo sindicato patronal e avaliou que a intenção é manter o movimento por tempo indeterminado.
“Nós estranhamos essa informação. Isso já estava acordado. Eles negociaram um acordo e agora não querem cumprir. Nós achamos que isso é uma grande balela por parte dos patrões”, disse.
Batista ainda aproveitou para pedir a compreensão das pessoas que utilizam o ônibus como meio de transporte.
“A gente sente muito por não estar fazendo o nosso trabalho. Mas eles sabem muito bem o lucro exorbitante que os donos de empresas de ônibus têm. Nós somos vítimas tanto quanto eles [usuários], que têm que conviver com ônibus lotados, velhos e sem cumprimento de horários’, disse.
Em nota, a empresa controladora do sistema informou que os assuntos pertinentes à paralisação deflagrada no dia de hoje são de responsabilidade exclusiva dos sindicatos dos patrões e dos empregados.
No entanto, a BHTrans revelou que enviou ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG) petição solicitando que os sindicatos patronal e dos empregados sejam intimados a “tomar as medidas urgentes necessárias para o retorno das atividades normais do serviço”.
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