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Associação de PMs e bombeiros pede cancelamento do Réveillon em Copacabana

A queima de fogos na praia de Copacabana é uma das tradições do Réveillon no Rio - Marcelo de Jesus/UOL
A queima de fogos na praia de Copacabana é uma das tradições do Réveillon no Rio Imagem: Marcelo de Jesus/UOL

Do UOL, no Rio

28/12/2016 16h14Atualizada em 29/12/2016 11h24

A Aomai (Associação de Oficiais Militares Ativos e Inativos da PM e do Corpo de Bombeiros) publicou nesta quarta-feira (28) uma carta pedindo que a Prefeitura do Rio cancele o Réveillon em Copacabana por conta da "grave crise política e financeira que atravessa o Estado".

Em evento na quinta-feira (29), o prefeito Eduardo Paes (PMDB) confirmou a realização do evento. "Claro que vai ter Réveillon. Será uma festa linda em Copacabana", afirmou Paes.

Os festejos na praia da zona sul carioca --queima de fogos e apresentações musicais-- costumam atrair 2 milhões de pessoas e custam cerca de R$ 5 milhões. O evento também acabou sendo atingido pela instabilidade econômica, e a prefeitura reduzirá a duração da queima de fogos de 16 para 12 minutos.

A partir desse ano, as despesas com as atividades do Réveillon em Copacabana não serão mais pagas integralmente pelos patrocinadores, como ocorria anteriormente.

No documento, os policiais e bombeiros afirmam que a crise nas finanças do Executivo tem gerado uma onda de protestos violentos e que o Réveillon poderia servir como palco para novas manifestações.

"A Aomai, antevendo a possibilidade de ocorrência de manifestações que, pela amplitude e quantidade de pessoas envolvidas, poderão tomar proporções violentas e atentatórias a integridade da população presente ao evento, recomenda o cancelamento dos shows artísticos e pirotécnicos no município do Rio", diz a carta, assinada pelo presidente da associação, coronel Adalberto de Souza Rabello.

No começo deste mês, um protesto de servidores em frente à Alerj (Assembleia Legislativa) terminou com um intenso confronto entre manifestantes e policiais militares. Durante a ação, PMs invadiram a igreja de São José, que fica ao lado da sede do Legislativo, e usaram o local como base para lançar bombas de efeito moral contra a multidão.

O embate durou mais de cinco horas e transformou o centro da cidade em um praça de guerra, com direito a carros blindados, ruas totalmente bloqueadas e cavalaria da PM. O ato dos servidores é uma reação ao pacote anticrise proposto pelo governo do Estado e votado pelos deputados da Alerj. Entre as medidas estão o aumento da contribuição previdenciária, cortes em programas sociais e outros.