O que já se sabe sobre o assassinato do embaixador grego no Rio
A Justiça do Rio de Janeiro pediu nesta sexta-feira (30) a prisão temporária da mulher do embaixador da Grécia no Brasil, de um policial militar e de um outro homem por participação na morte do embaixador da Grécia no Brasil.
Veja o que se sabe sobre o caso até agora:
Policial militar confessa o crime
De acordo com a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, Sérgio Gomes Moreira Filho, 29, soldado da Polícia Militar do Rio de Janeiro, assassinou o embaixador da Grécia no Brasil, Kyriakos Amiridis. Ele confessou o crime e disse que tinha uma relação amorosa com a mulher do embaixador, Françoise Amiridis, 40, que é brasileira e tem parentes em Nova Iguaçu (Baixada Fluminense), onde o crime aconteceu. Ela confirmou o caso afetivo com o PM, mas negou envolvimento na morte.
Amiridis, a mulher e a filha de dez anos moravam em Brasília, mas estavam no Rio de Janeiro para as festas de fim de ano.
Viúva teria encomendado o crime por R$ 80 mil
Além da mulher do diplomata e do policial militar, também está preso por ligação com o assassinato Eduardo Moreira de Melo, 21, primo do PM. Ele o ajudou a retirar o corpo do local do crime e disse à polícia que Françoise encomendou a morte do marido por R$ 80 mil, que seriam pagos 30 dias depois. Para a polícia, os três planejaram tudo juntos.
Crime passional
A investigação concluiu que o crime foi passional. Françoise e o PM se conheciam há seis meses. À polícia, ela disse que sofria agressões frequentes do marido. A última teria sido cometida quando ela, o embaixador e a filha de dez anos chegaram a Nova Iguaçu para as comemorações.
A motivação para o crime, de acordo com o delegado Evaristo Pontes Magalhães, seria “ficar com os bens [do embaixador] e curtir a vida com o policial”.
Causa da morte ainda é desconhecida
Ao confessar que matou o embaixador grego, o policial militar disse que foi à casa onde a família estava hospedada em Nova Iguaçu e entrou em luta corporal com o diplomata. Françoise estava fora, com a criança. Para se defender, Sérgio disse que chegou a asfixiar o diplomata, mas o delegado diz que a polícia não acredita nessa versão, já que foram identificados indícios de sangue no sofá da casa. A versão de que ele teria sido esfaqueada também não foi confirmada pela polícia.
O corpo foi colocado dentro de um carro que tinha sido alugado pelo embaixador e depois incendiado. O veículo foi encontrado na quinta-feira (29), carbonizado. O corpo da vítima só poderá ser identificado totalmente por DNA. Por conta do estado do cadáver, será necessário fazer algumas análises para determinar como o diplomata foi morto.
Amiridis estava desaparecido desde segunda-feira (26), segundo a viúva comunicou à polícia (48 horas depois).
Participação de mototaxista
Na manhã desta sexta, um homem foi levado à DHBF vestindo uma touca ninja. Segundo Magalhães, ele inicialmente foi considerado suspeito de ser o quarto envolvido no crime, mas seu depoimento o converteu em testemunha.
Mototaxista, ele não teve o nome divulgado e disse à polícia ter sido chamado por Sérgio na noite de terça (27), no local onde o veículo foi encontrado. "Ele disse que ficou com medo e que Sérgio disse para ele ficar tranquilo, porque era PM", contou.
Em seguida, o homem, que mora em Niterói, teria sido obrigado a conduzir Sérgio até um posto de gasolina. No local, ele comprou gasolina, que depois foi usada para incinerar o carro, com o corpo dentro.
Nesse momento, o PM teria tomado a chave da moto para que ele não o deixasse sozinho no local. O mototaxista levou Sérgio até Nova Iguaçu e disse ter recebido o pagamento pelo serviço.
O delegado contou que a testemunha procurou a Divisão de Homicídios de Niterói nesta quinta, depois de ver a notícia do sumiço do embaixador e do carro encontrado, para informar que havia levado o PM até o local.
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