Filho de Amarildo é preso com pistola na Rocinha, diz polícia
O filho do auxiliar de pedreiro Amarildo de Souza, morto em 2013 por policiais militares da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha, foi preso nesta quinta-feira (5). Segundo a polícia, Amarildo Gomes da Silva, 22, foi detido na rua 2 com uma pistola 9 mm e 45 munições.
PMs do BAC (Batalhão de Ação com Cães) vasculharam uma casa na travessa do Orelhão e encontrou a arma com o rapaz. O rapaz, que foi levado para a 11ª DP (Rocinha), não reagiu à prisão em flagrante.
A prisão acontece quase uma semana após 950 militares das Forças Armadas deixarem a comunidade, onde fizeram cerco nos acessos. Os militares foram mobilizados a pedido do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) após um tiroteio levar pânico a moradores no dia 22 de setembro.
Desde o dia 17 do mês passado, a Rocinha viveu rotina de tiroteios após, a mando de Nem, ex-chefe do tráfico da comunidade, um grupo tentar invadir a Rocinha para retomar o controle do tráfico, que hoje está nas mãos de Rogério 157, seu ex-guarda costa.
Após a saída das Forças Armadas, a Rocinha conta com a presença de 500 policiais militares por dia na comunidade, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública. Antes da ação das Forças Armadas, eram 300 homens.
Caso Amarildo
Em janeiro do ano passado, a juíza da 35ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, Daniela Alvarez Prado, condenou 13 policiais militares pela tortura seguida de morte e ocultação de cadáver de Amarildo de Souza.
Amarildo desapareceu no dia 14 de julho de 2013, após ser levado por PMs para a sede da UPP, localizada no Alto da Rocinha. Os PMs suspeitavam que o ajudante de pedreiro sabia onde os traficantes locais escondiam armas e drogas.
As investigações da Polícia Civil e o Ministério Público concluíram que Amarido foi torturado até a morte, atrás dos contêineres onde funciona a UPP. Ao todo, 25 PMs foram denunciados à Justiça por participação nos crimes.
O chamado "Caso Amarildo" teve ampla repercussão e motivou várias manifestações contra a violência em todo o país. A juíza escreveu em sua sentença que Amarildo foi "vítima de uma cadeia de enganos, era vulnerável à ação policial, além de ser 'negro e pobre, dentro de uma comunidade à margem da sociedade' ".
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