Pezão diz a Temer que Rio "só ganha guerra da segurança com carteira assinada"
O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, afirmou na manhã desta terça-feira (20), em evento da Marinha em Itaguaí (RJ) que contou com a presença do presidente Michel Temer (MDB), que, para vencer "a guerra da segurança pública", o Rio de Janeiro precisa de emprego.
"O que nós precisamos no Estado do Rio é de muita segurança, e o senhor está nos concedendo, está nos ajudando, está nos auxiliando, está sendo parceiro nosso. Mas nós precisamos muito é de emprego, presidente", disse o governador fluminense.
"A gente só ganha a guerra da segurança pública com uma carteira assinada de trabalho. E todos os trabalhadores querem ter a sua carteira assinada. Por isso, esse investimento aqui é um símbolo, uma marca hoje."
Temer esteve presente na cerimônia do Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos), parceria franco-brasileira iniciada em 2009 e que é um dos maiores projetos tecnológicos em andamento no país. O evento marca a fase final de montagem de um dos quatro submarinos convencionais Riachuelo, ou seja, sua última etapa antes do lançamento previsto para o final deste ano. Os demais estão previstos para ser entregues entre 2020 e 2022.
A declaração de Pezão acontece após o presidente decretar a intervenção na área da segurança pública do Rio de Janeiro. O comando das polícias e administração penitenciária sai das mãos do governador fluminense e passa para a responsabilidade do interventor nomeado, o general do Exército Braga Netto.
Em discurso na solenidade, Temer não falou diretamente da intervenção federal, mas afirmou que "não foram poucos os avanços obtidos nesses últimos tempos em termos de progresso para o nosso país e em termos de ordem, que também nós estamos procurando".
"Precisamos que a atividade econômica volte fortemente, que todo o recurso que o ministro [da Fazenda] Henrique Meirelles puder colocar para mandar para cá, para nossa região, esses investimentos estratégicos, é fundamental", pediu Pezão, que definiu o investimento no projeto do Prosub como "um símbolo, uma marca hoje".
Vice-governador do Rio na chapa de Sérgio Cabral por dois mandatos (2007-2010 e 2011-2014) e eleito governador em 2014, Pezão chega ao último ano de seu governo com o Estado mergulhado em uma crise de segurança, agravada pela crise financeira. Os servidores e aposentados do Rio amargaram mais de um ano de atrasos de salários em razão da penúria financeira do Estado. Com os principias caciques do MDB no Estado presos ou acusados de corrupção, Pezão atribui os problemas de caixa de sua gestão à queda do preço do barril do petróleo.
"O senhor [Michel Temer] está retornando ao Rio dois, três dias depois de a gente ter conversado, ter sentado, ter depois de mais de oito horas de reunião, de colocar as Forças Armadas à disposição do nosso Estado para a gente vencer essa chaga do combate às drogas, ao tráfico de drogas. O senhor está vindo também dando essa sinalização do desenvolvimento econômico, da tecnologia, do operariado nacional, mostrar do que o operário brasileiro é capaz", agradeceu o governador, ao citar reunião de Temer com autoridades no palácio Guanabara, sede do governo fluminense.
Após ouvir o apelo de Pezão por emprego, Michel Temer disse que o governo federal investiu mais de R$ 200 milhões na região de Itaguaí, cidade a 70 km da capital fluminense. "Estamos escrevendo um capítulo do Brasil, do conhecimento, da inovação e do progresso. Estamos construindo saber e conhecimento tecnológico. E para a criação de empregos de qualidade nos mais variados domínios."
Além de Temer e Pezão, participaram da solenidade os ministros Raul Jungmann (Defesa), Henrique Meirelles (Fazenda), Dyogo Oliveira (Planejamento), Eliseu Padilha (Casa Civil), Mauricio Quintella (Transportes) e Marcos Jorge de Lima (Indústria, Comércio Exterior e Serviços).
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