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Com chapa sub judice, Garotinho disputa 2º turno com Vianna em Campos (RJ)

Wladimir Garotinho (PSD) e Caio Vianna (PDT) são candidatos à prefeitura de Campos dos Goytacazes - Reprodução/Facebook/Arte-UOL
Wladimir Garotinho (PSD) e Caio Vianna (PDT) são candidatos à prefeitura de Campos dos Goytacazes Imagem: Reprodução/Facebook/Arte-UOL

Guilherme Botacini

Colaboração para o UOL

16/11/2020 00h25

A disputa pela prefeitura de Campos dos Goytacazes (RJ) terá representantes de duas famílias políticas tradicionais da cidade no segundo turno, Wladimir Garotinho (PSD) e Caio Vianna (PDT). Viana obteve 27,7% dos votos, enquanto Garotinho atingiu 42,9% sub judice.

O termo, que se refere a pendências na Justiça Eleitoral, diz respeito, na verdade, a seu vice, Frederico Paes (MDB), que teve a candidatura impugnada há duas semanas do primeiro turno pelo TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro) por irregularidades relativas ao prazo de sua desincompatibilização da direção de um hospital.

Como a chapa majoritária é única, pela regra, o indeferimento do vice causa a cassação também do candidato a prefeito. No Brasil, 13.293 candidatos concorreram sub judice, ou seja, constavam das urnas, mas vivem essa espécie de limbo que pode gerar insegurança jurídica.

Garotinho é deputado federal e filho do ex-governador Anthony Garotinho (PROS), além de irmão da candidata à prefeitura da capital fluminense Clarissa Garotinho (PROS). Vianna é filho do ex-deputado federal Arnaldo Vianna (PDT), que também foi vereador e prefeito da cidade.

Desde a redemocratização, Campos dos Goytacazes foi governada duas vezes por Anthony Garotinho e duas por Arnaldo Vianna, que assumiu pela primeira vez quando era vice de Garotinho e o então prefeito venceu a disputa para governador do estado. Ambos eram então do PDT, sigla de sete dos 11 prefeitos da cidade desde 1989. Rosinha Garotinho foi prefeita por mais duas vezes, entre 2009 e 2016.

Em 2019, Anthony e Rosinha Garotinho (PROS) foram presos suspeitos de terem superfaturado obras de casas populares em contratos com a Odebrecht quando Rosinha era prefeita e Anthony secretário de governo de Campos. Eles foram soltos após decisão do ministro do STF Gilmar Mendes e cumprem medidas cautelares.

Cidade sofre com queda de receitas

A cidade é uma das maiores produtoras de petróleo do país. O vencedor do pleito terá que enfrentar um cenário de queda vertiginosa das receitas municipais. Segundo a prefeitura, Campos recebeu em 2020 o menor valor de repasse dos royalties da exploração de petróleo dos últimos 18 anos.

A cidade de 511.168 habitantes, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), tem entre seus problemas a segurança pública. A cidade tem alta taxa de homicídios dolosos, de 30,14 por 100 mil habitantes, de acordo com dados do Instituto de Segurança Pública do estado.