Vaticano diz defender direitos das crianças, mas critica ingerência da ONU
O Vaticano afirmou nesta quarta-feira (5) que a Igreja Católica está comprometida com a "defesa e proteção dos direitos das crianças". A declaração foi feita em resposta a um relatório contundente das Nações Unidas sobre o abuso sexual de crianças por padres. No entanto, a Santa Sé acusou a ONU de interferir nos ensinamentos morais católicos ao criticar a posição da igreja quanto ao aborto e a homossexualidade.
Em comunicado, o Vaticano disse que irá submeter a "minuciosos estudos e análises aprofundadas" as acusações recebidas da ONU.
"A Santa Sé reitera o seu empenho na defesa e proteção dos direitos das crianças, em linha com os principais preceitos da Convenção dos Direitos das Crianças e segundo os valores morais e religiosos oferecidos pela doutrina católica", afirma o comunicado.
O porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, disse, durante a Conferência Episcopal Espanhola nesta quarta-feira, que o Vaticano enfrenta os casos de abusos sexuais na igreja com "exigência de transparência" e uma prova disso é que nos próximos "dias ou semanas" explicará o funcionamento da comissão criada para preveni-los.
Uma comissão de direitos humanos da ONU denunciou o Vaticano por adotar políticas que permitiram padres estuprar e molestar dezenas de milhares de crianças ao longo dos anos.
Em um relatório publicado nesta quarta-feira, a agência da ONU para os direitos das crianças disse que a Santa Sé deve "remover imediatamente" todos os clérigos suspeitos ou que de fato praticaram abuso sexual contra crianças e entrega-los a autoridades civis.
A ONU também quer que o Vaticano deve entregar seus arquivos sobre o abuso sexual de dezenas de milhares de crianças, para que culpados, bem como "os que ocultam seus crimes", possam ser responsabilizados.
Valores católicos
O Vaticano acusou a ONU de interferir nos ensinamentos morais católicos, já que o relatório apresentado nesta quarta criticou as suas posições sobre a homossexualidade, a contracepção e o aborto.
O relatório da ONU afirma que o Vaticano deve mudar suas regras sobre o aborto e ensinar educação sexual nas escolas católicas para garantir os direitos das crianças e do seu acesso aos cuidados de saúde. (Com Efe, Reuters e AP)
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