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Ocidente pressiona Putin para repatriar corpos e investigar queda de avião

Do UOL, em São Paulo

20/07/2014 17h35

O primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, disse neste domingo (20) que sua prioridade é repatriar os restos mortais dos 193 holandeses que estavam no avião da Malaysia Airlines que caiu na Ucrânia, supostamente atingido por um míssil, com 298 pessoas a bordo.

"Atualmente a prioridade é repatriar os corpos à Holanda assim que for possível" e manter a pressão sobre todas as partes, disse Rutte durante uma entrevista coletiva.

O primeiro-ministro holandês se referiu a uma conversa telefônica com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para dizer que é "preciso pressionar todas as partes".

Rutte conversou novamente hoje com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e com o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, que já se mostrou propício a endurecer as sanções contra a Rússia se a atitude de Moscou não mudar.

Merkel exigiu que o presidente russo pressione os separatistas pró-russos para iniciar uma investigação internacional do acidente do avião malaio e iniciar o diálogo com Kiev.

Segundo o governo alemão, Merkel também conversou com o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron; com o presidente francês, François Hollande; os primeiros-ministros da Austrália, Tony Abbott; e da Finlândia, Alexander Stubb; assim como com o presidente ucraniano, Petro Poroshenko.

O eixo de todas estas conversas, segundo a chancelaria alemã, foi a "intolerável situação" que o leste da Ucrânia vive desde a queda do avião e pelo "terrível tratamento" dado às vítimas.

"Todos os interlocutores concordaram com a necessidade de se garantir com urgência o acesso sem limitações à região de uma comissão internacional independente", reforçou o governo alemão.

Vagões com 196 corpos aguardam chegada de analistas

Três vagões frigoríficos com 196 corpos de vítimas do avião malaio aguardam a chegada dos analistas internacionais na estação de trem da cidade ucraniana de Torex. O trem está pronto para partir e aguarda ordens de Donetsk, capital da região.

Os vagões estão fechados e na região não há rastro dos milicianos rebeldes, que também abandonaram hoje, provisoriamente, o marco zero da catástrofe na cidade de Grabovo.

Entre os 196 estão os 38 corpos que os insurgentes pró-russos admitiram ter levado a Donetsk para análise, situação confirmada por um funcionário do necrotério.

Um dos membros da missão da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa), o canadense Michael Bociurkiw, afirmou que não tem informações sobre quando o trem partirá e qual será o destino.

Segundo Bociurkiw, analistas enviados pelo governo da Malásia já estão em Kiev e podem se deslocar em qualquer momento à zona do acidente.

(Com Efe)