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Ao lado de mulher de opositor de Maduro preso, Temer defende independência de poderes

Igo Estrela/Folhapress
Imagem: Igo Estrela/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

11/05/2017 19h17

O presidente Michel Temer disse nesta quinta-feira (11) que está ao lado do povo venezuelano e fez um apelo para que o governo de Nicolás Maduro respeite a independência dos poderes, defina e cumpra o calendário eleitoral. A declaração foi feita após seu encontro com Antonieta López e Lilian Tintori, mãe e mulher de Leopoldo López, líder de oposição na Venezuela preso desde 2014.

Antonieta e Lilian foram recebidas em Brasília. Em nota, o Planalto ressaltou ainda a "firme posição do Brasil de apoio à democracia e aos direitos humanos na Venezuela, país ao qual estamos unidos por vínculos de fraternal amizade". Temer pede ainda o fim das prisões políticas e que as liberdades individuais sejam garantidas.

Temer destacou ainda, em nota, que o Brasil está pronto para prestar ajuda humanitária ao país, que sofre uma crise econômica e de desabastecimento e tem enfrentado protestos nas últimas semanas contra o governo de Maduro liderados pela oposição, que também pede a soltura de presos políticos como López. Os confrontos entre manifestantes e policiais já deixaram 39 mortos.

Segundo o Planalto, o governo brasileiro está em contato com outros países da região para acompanhar os desdobramentos na Venezuela. Temer e o presidente da Argentina, Mauricio Macri, chegaram a discutir o tema em um telefonema nesta quinta. 

No último final de semana, após rumores de que a saúde de López teria piorado, Lilian conseguiu visitá-lo na prisão pela primeira vez depois de mais de um mês. "Ele não está preso, foi sequestrado pelo governo", afirmou Lilian após o encontro com o marido. Segundo ela, López está saudável e passou mais de 35 dias sem qualquer contato com advogados e familiares por ordem de Maduro.

López foi acusado de incitar a violência durante um ato contra o governo em fevereiro de 2014. A manifestação deu início a uma onda de protestos no país que deixou 43 mortos e centenas de feridos.