Alianças políticas no RJ debilitam o potencial de Dilma no Estado
As pesquisas após o Carnaval mostram um quadro estático no Rio de Janeiro tanto a nível presidencial quanto para governador. São três patamares:Dilma com 30%, Aécio com pouco mais da metade disso e Campos com metade de Aécio.
A avaliação de Dilma acompanha no Rio a dinâmica nacional, agravada na capital, onde sua porcentagem positiva fica abaixo dos 30%. Na capital, a proporção dos que não marcam qualquer candidato beira os 40%,seja a nível presidencial ou estadual, para governador. Já para senador, os institutos não conseguiam fazer uma lista de candidatos e tinham que especular.
Para governador quem lidera não chega a 20%, seguido de perto por candidato dentro do mesmo campo de voto. Os dois candidatos evangélicos somam entre 35% e 40%, conforme a pesquisa. Depois deles, agrupados, os candidatos do PT, do PMDB e do DEM, em torno dos 10% cada. E, bem abaixo,o candidato do PSB/PROS. A percepção motivadora é que quem passasse dos 15% estaria no segundo turno. Os partidos de apoio federal à Dilma estavam espalhados em quatro candidatos.
O Estado do Rio tem o terceiro colégio eleitoral do país, um pouco abaixo dos 10%. A vitória da oposição no Rio significa ampliar a margem no Sudeste (40% do eleitorado), fundamental para reduzir a vantagem percentual de Dilma no Nordeste (27% do eleitorado).
O PT-RJ rompeu a aliança com o PMDB-RJ no final do ano passado, e o PMDB-RJ deu o troco se aproximando de Aécio. O candidato do PT surpreendia negativamente estagnado num patamar muito abaixo das expectativas iniciais. Aécio procurava aglutinar todo o campo anti-Dilma. Mas seus partidos orgânicos -o DEM e o PSDB- resistiam.
Os conflitos internos na candidatura local de Campos terminaram estilhaçando a coligação. Dada a popularidade do candidato a senador do PSB, o PT terminou atraindo-o com o tempo de TV apesar de ser um deputado de oposição à Dilma. Prevaleceu a lógica regional.
Como desdobramento,criou-se uma curiosa situação de aliança na chapa local PT-PSB de dois candidatos a presidente: Dilma e Campos. Em função disso, Aécio ficaria numa camisa de força - aliado ao PMDB-RJ, mas com DEM e PSDB na candidatura do DEM a governador, conforme compromisso nacional.
O fato novo PT-PSB reforçou o argumento de Aécio pela convergência de todos. O argumento nacional, em um Estado da importância do Rio, prevaleceu e unificou sua base de apoio, o que debilitou ainda mais o potencial da candidatura de Dilma no Rio de Janeiro.
O PROS abriu-se a negociações. Após o problema nacional com o PTB, perder o PR seria demais, e veio a proposta do PROS se aliar ao PR no Rio acalmando o apoio nacional do PR a Dilma.
Essa dinâmica refez radicalmente o quadro de senadores, criando uma polarização entre dois candidatos: PT-PSB de um lado e a aliança em torno de Aécio do outro, incorporando, como senador, o candidato do DEM a governador.
Quem pensa que a data limite de 30 de junho para as convenções encerrou essa novela, se engana. Em todas as convenções de todos os partidos se delegou às executivas quaisquer novas mudanças, o que vale até 30 dias antes da eleição. O mais prudente é ter canais múltiplos de informação para todos os dias verificar se vale o que foi estabelecido nas convenções.
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