São Paulo pode comportar mil quilômetros de ciclovias
A cidade de São Paulo vem sendo referência no trato da mobilidade urbana. A medida mais recente é a implementação de 400 quilômetros de ciclovias, que estarão concluídos até o final de 2015. Aliado a isso, temos valorizado outros mecanismos eficientes, como as faixas exclusivas para os ônibus, que já chegaram a 367 quilômetros.
Há pouco tempo, tínhamos curtos 63 quilômetros de vias destinadas aos ciclistas. Um índice ínfimo diante da necessidade das pessoas chegarem ao local de trabalho, de lazer ou à escola. No momento, estamos a caminho de completar 200 quilômetros, sendo que 137 foram construídos na atual gestão. Esses novos trajetos servem para cobrir pequenas distâncias ou fazer a integração com ônibus, metrô ou trem.
Estamos estimulando uma opção moderna de locomoção que preserva o meio ambiente, por não ser emissora de gases nem de ruídos, e que contribui decisivamente para a saúde das pessoas.
Entre os parâmetros estabelecidos para essa tarefa, também buscamos oferecer a menor distância possível nas viagens e interligações a escolas e praças. Preferencialmente, as novas vias estão sendo instaladas em ruas secundárias ou com percursos específicos, justamente para preservar as faixas de rolamento existentes. Assim, o ciclista transita em vias mais calmas e com menos conflitos com outros modos de transporte.
Além de estabelecer novos caminhos aos ciclistas, estamos enfatizando o incentivo à convivência harmônica entre os condutores dos vários tipos de veículo. Todos têm o direito de usufruir da cidade.
Opinião 1 - Jilmar Tatto
Perseguimos o patamar de Amsterdã e pedalamos para uma Nova Iorque ou Berlim
Também estamos em completo acordo com a Lei Federal 12.587, que trata da mobilidade urbana e define veículos não motorizados como modo de transporte, aí incluída a bicicleta, e a ciclovia como parte dessa infraestrutura. Tendo esse conceito como um norte, começamos na capital mais uma nova fase de valorização do direito de ir e vir.
Falamos de um universo de 43 milhões de viagens feitas por dia em São Paulo, em que apenas 267 mil são feitas exclusivamente por bicicleta, segundo a mais recente pesquisa de Mobilidade do Metropolitano de São Paulo, produzida em 2012.
Precisamos e começamos a voltar os olhos para essa parcela significativa da população que usa a bicicleta e que, agora, tende a aumentar.
Focando um pouco em números, devemos seguir o exemplo da cidade de Curitiba, onde estão implementados 127 quilômetros de ciclovias, ou o do Rio de Janeiro, com 320. Perseguimos o patamar de Amsterdã, com seus 400 quilômetros, e pedalamos para uma Nova Iorque, com 675; ou, ainda, Berlim, com 750 quilômetros de ciclovias.
Os futuros 150 quilômetros de corredores de ônibus terão vias para bicicletas construídas junto aos seus trajetos. Aí está incluída a instalação de bicicletários em terminais de ônibus e estações de transferência. Também estamos estruturando uma licitação para adquirir oito mil paraciclos, a serem instalados nos mais variados pontos do município.
A disposição em criar esses novos traçados para bicicletas tem um potencial campo de ação nos 17 mil quilômetros de ruas existentes na cidade. Minimamente, o município comportaria mil quilômetros de ciclovias.
Opinião 2 - Jilmar Tatto
Devemos entender que os espaços públicos devem servir a todos, ser democráticos e dar preferência a quem não tem opção
É agindo dessa forma que cumpriremos a determinação do prefeito Fernando Haddad de colocar São Paulo num novo patamar de democratização do uso dos espaços. Enquanto Tóquio tem 25% dos trajetos feitos na cidade por meio da bicicleta, não podemos ficar estacionados em menos de 1%.
Nosso plano cicloviário foi apresentado, publicamente, em 4 de junho deste ano ao Conselho Municipal de Transporte e Trânsito. Antes disso, ainda março de 2013, já constava no Programa de Metas da Prefeitura.
Nesse processo, estamos obtendo o apoio de ampla maioria da população. Recente pesquisa Datafolha apontou que 80% dos paulistanos são a favor da implantação de ciclovias. Também o Ibope, em parceria com a Rede Nossa São Paulo, indica que 88% são favoráveis à construção e ampliação das vias para ciclistas na cidade.
Devemos entender que os espaços públicos devem servir a todos, ser democráticos e dar preferência a quem não tem opção. Caso contrário, estaremos condenados ao círculo viciante do discurso que prega o bem comum, mas que, na realidade, apenas continua beneficiando minorias.
A prefeitura está executando aquilo que propôs. Para isso, ouvimos, debatemos, planejamos e colocamos em prática soluções para as reais necessidades da população.
- O texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL
- Para enviar seu artigo, escreva para uolopiniao@uol.com.br
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.