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Assessora demitida após vídeo erótico diz que vai mostrar "quem é quem no Senado"

Denise Leitão Rocha, assessora do senador Ciro Nogueira (PP-PI) que foi demitida após ter vídeo de sexo divulgado - Reprodução
Denise Leitão Rocha, assessora do senador Ciro Nogueira (PP-PI) que foi demitida após ter vídeo de sexo divulgado Imagem: Reprodução

Do UOL*, em São Paulo

23/08/2012 15h38Atualizada em 23/08/2012 15h50

A advogada e ex-assessora parlamentar do senador Ciro Nogueira (PP-PI), Denise Leitão Rocha, vai comentar pela primeira vez sua demissão do cargo em entrevista concedida ao apresentador Amaury Jr.

De acordo com nota divulgada pela Rede TV!, Denise vai revelar bastidores do Senado Federal. "Irei mostrar aos poucos, com a ajuda da minha advogada, quem é quem no Senado", disse.

Ela foi demitida após vazamento na internet de um vídeo em que protagoniza cenas de sexo.

"Daqui para frente eu vou para a linha de frente. Eu não devo nada a ninguém", teria dito Denise, ainda de acordo com nota da emissora.

Após a polêmica, a ex-assessora assinou um contrato com a revista masculina Playboy, para um ensaio nu, assunto que também será comentado na entrevista. O programa vai ao ar nesta sexta-feira (24), a partir das 0h, na Rede TV!.

Demissão

O gabinete do senador Ciro Nogueira (PP-PI) confirmou no dia 19 de agosto a demissão de Denise, após vir à tona um vídeo em que ela aparece fazendo sexo.

Apesar de não ter sido cometida nenhuma irregularidade profissional –o vídeo não foi gravado nas dependências do Congresso–, o senador chegou a dizer que a situação é “constrangedora”.

Ao UOL, a mãe da assessora, que se identificou apenas como Dalva, disse que a filha estava sendo injustiçada. “Minha filha fez direito, foi aprovada na OAB, é inteligente. Ela não fez nada de errado no trabalho. O vídeo é algo íntimo. É claro que ela está sendo injustiçada.”

Denise começou a trabalhar com Ciro Nogueira no início de 2011 e o assessorava nos trabalhos da CPI do Cachoeira em questões jurídicas. Aliás, foi na CPI que o próprio Nogueira se tornou o centro de uma polêmica, após ser revelado que ele participou de um almoço em Paris com Fernando Cavendish, dono licenciado da Delta, construtora investigada pela comissão por envolvimento com Cachoeira.

Vídeo

O vídeo em que a assessora aparece chamou a atenção da imprensa durante o depoimento à CPI do prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), no dia 10 de julho. As imagens teriam sido vistas por alguns parlamentares na tela de seus laptops durante a sessão. Depois disso, acabou sendo amplamente repassado entre políticos e jornalistas.

Denise ocupava um cargo de confiança, ou seja, não passou em concurso nem tem registro em carteira de trabalho, e, segundo o gabinete, foi escolhida por conta do seu currículo. A exoneração dela, portanto, não precisava de justificativa, segundo Paulo Eduardo Vieira de Oliveira, juiz do Tribunal do Trabalho da 2ª Região de São Paulo e professor da USP (Universidade de São Paulo), consultado pelo UOL.

"A demissão não é ilegal. Esse tipo de cargo é de livre exoneração e não precisa de motivo ou justificativa", disse Oliveira. Ele ressaltou, porém, que é necessário respeitar a dignidade da funcionária e não expô-la a mais constrangimento, como ficar falando sobre o caso.

Oliveira afirmou ainda na ocasião que, embora o vídeo seja de foro íntimo, as pessoas têm que estar cientes que o comportamento delas fora do trabalho pode afetar a vida profissional. “Hoje, é difícil desvincular a sua vida íntima com o trabalho e as empresas têm, cada vez mais, controlado as redes sociais de seus funcionários. Por isso, é importante ter bom senso”, finalizou.

*Com informações de Fernanda Calgaro.