Não estamos brincando de fazer democracia, diz Waldir Maranhão
O presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), fez breve pronunciamento na Câmara dos Deputados no início da noite desta segunda-feira (9). Ele rebateu as declarações do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e disse que não está "brincando de fazer democracia".
"Tenho consciência o quanto este momento é delicado, momento que nós temos o dever de salvarmos a democracia pelo debate. Nós não estamos nem estaremos em momento algum brincando de fazer democracia", declarou.
O deputado disse que sua decisão seguiu o regimento. Ele fez um rápido pronunciamento, de menos de três minutos, em que reafirmou a decisão de aceitar o recurso da Advocacia-Geral da União, anulando as sessões da Câmara dos dias 15, 16 e 17 de abril, incluindo a votação da admissibilidade do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Ele não abriu o pronunciamento para perguntas dos jornalistas.
Na manhã de hoje, Maranhão havia anunciado a anulação da votação que ocorreu na Casa, alegando, entre outras coisas, que os líderes dos partidos não poderiam orientar cada deputado como votar. O processo de impeachment foi aprovado em votação no plenário da Câmara no dia 17 de abril. Caso a determinação de Maranhão prevalecesse, o pedido seria novamente apreciado pelos deputados.
Renan considerou a decisão de Maranhão uma "brincadeira". "Aceitar essa brincadeira com a democracia seria ficar pessoalmente comprometido com atraso do processo. E ao fim e ao cabo, não cabe ao presidente do Senado dizer se o processo é justo ou injusto, mas ao plenário do Senado, ao conjunto dos senadores. Foi esta a decisão do Supremo Tribunal Federal", acrescentou, que classificou ainda a decisão como "absolutamente intempestiva".
No final da tarde, Renan não aceitou a decisão de Maranhão e manteve a sequência do impeachment, que deverá ser votado em sessão do Senado na próxima quarta-feira (11).
Veja a íntegra do pronunciamento de Maranhão:
"Quero fazer um comunicado ao povo brasileiro, a este parlamento. No dia de hoje tomamos a decisão de encaminharmos ao Senado Federal um pedido de acolhimento em parte daquilo que a AGU trouxe a esta casa, tão sorte que a nossa decisão foi com base na Constituição, com base no nosso regimento, para que nós possamos corrigir em tempo vícios que certamente poderão ser encenáveis no futuro.
Manhã tumultuada
A medida de Maranhão pegou de surpresa governistas e oposicionistas das duas casas legislativas federais. Os primeiros chegaram a comemorar e apoiar a decisão enquanto os últimos entraram com recurso no STF (Supremo Tribunal Federal).
Renan Calheiros ainda estava em Maceió quando soube da notícia. Assim que chegou a Brasília, ele convocou reunião às pressas com as lideranças partidárias que se encontraram na residência oficial do Senado.
Renan anunciou seu posicionamento no plenário da Casa. Ele chegou a convocar que todos os senadores que estivessem nas dependências do Senado para que fossem até o local porque ele iria fazer um anúncio importante.
O presidente da comissão especial do impeachment no Senado, Raimundo Lira (PMDB-PB), já havia afirmado que a votação da admissibilidade do pedido de impeachment de Dilma Roussef no plenário da casa seria mantida. Para Lira, a decisão de Maranhão após a votação na Câmara não tem efeito prático.
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