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Nada indica que vacinas, inseticidas ou transgênicos causem microcefalia, diz OMS

19/02/2016 18h50

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta sexta-feira (19) um boletim desmentindo diversos boatos que circularam nos últimos meses atrelando diferentes fatores à microcefalia.

Segundo a organização, não há provas de que vacinas, inseticidas ou mosquitos transgênicos causem a má-formação, que vem afetando bebês brasileiros.

"Não há evidências ligando qualquer tipo de vacina ao aumento do número de casos observados primeiro na Polinésia Francesa durante o surto de 2013 e 2014 e, mais recentemente, no Nordeste do Brasil", afirma o documento.

Segundo a OMS, tanto um extenso estudo realizado em 2014 como um levantamento do Global Advisory Committee on Vaccine Safety (GACVS) mostraram que não há evidências de que vacinas administradas durante a gravidez causariam qualquer problema congênito nos bebês.

A organização também abordou os relatos, que circularam ultimamente, de que o inseticida piriproxifeno seria a verdadeira causa da microcefalia.

"Uma equipe de cientistas da OMS recentemente revisou os dados toxicológicos do piriproxifeno, um dos 12 larvicidas que a OMS recomenda para reduzir a população de mosquitos. A equipe não encontrou evidências de que o larvicida afete o desenvolvimento de fetos."

A OMS também afirmou que as agências de Proteção Ambiental dos EUA e da União Europeia chegaram a conclusões semelhantes sobre o produto.

Mosquitos e peixes

O boletim esclarece ainda que a OMS não tem provas de que mosquitos geneticamente modificados estariam causando microcefalia.

"Nesses mosquitos, os genes dos machos são modificados. Por causa dessa alteração, quando eles acasalam com fêmeas, as larvas geradas não sobrevivem. Essa prática tem como objetivo controlar as populações de mosquitos."

Tanto que a organização considerou positivo o fato de alguns países afetados pelo zika e pela dengue estarem usando métodos biológicos como parte do controle de mosquito.

El Salvador, por exemplo, com um forte apoio das comunidades ligadas à pesca, está introduzindo peixes que devoram larvas em locais que armazenam água.