Topo

Clodovil propõe que exame de próstata seja obrigatório

05/12/2007 10h52

São Paulo - O exame clínico da próstata, mais conhecido como exame de toque retal, é fundamental para detectar precocemente um câncer nessa região. E, se depender do deputado Clodovil Hernandes (PR-SP), ele será também inevitável. Um projeto de lei elaborado recentemente por Clodovil, que já teve a doença, tenta tornar obrigatório o exame para todos os trabalhadores do sexo masculino com idade superior a 40 anos. Segundo o projeto, a prevenção encontra muitos entraves no País, como as dificuldades no acesso à saúde, o medo e o preconceito que rondam o exame clínico, além da falta de maiores conhecimentos sobre sua importância.

Médicos reconheceram boas intenções na proposta de Clodovil. O urologista Luciano Favorito, secretário-geral da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), diz que é importante fazer o screening (rastreamento) da população e tratar os tumores encontrados. Mas, segundo Favorito, é preciso saber se os hospitais públicos terão estrutura para fazer os exames de toque. "Nem todos têm urologistas, que é o especialista que deve fazer o exame", alerta.

Já o urologista Ricardo Di Migueli, chefe do Serviço de Urologia do Hospital Nossa Senhora de Lourdes, acha que o rastreamento de toda a população masculina pode ter efeitos colaterais. Di Migueli acredita que muitos tumores benignos seriam descobertos e, mesmo assim, os homens entrariam em pânico. "Nem todos os tumores de próstata são fatais", diz ele.

Favorito lembra que todos os homens devem fazer os exames a partir dos 45 anos de idade, anualmente. E, no caso de haver histórico familiar - pacientes cujo pai ou irmãos tiveram a doença e que apresentam risco duas vezes maior de ter câncer de próstata -, a visita ao urologista deve ser antecipada em cinco anos e feita de seis em seis meses. Além da avaliação clínica, todo homem deve passar pela dosagem do antígeno prostático específico (PSA), uma substância produzida pela próstata cujos níveis aumentam quando há algo de anormal com ela. As informações são do Jornal da Tarde

AE