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Os hormônios estão presentes em todo o organismo, saiba o que eles fazem por você

Rosana Faria de Freitas

Do UOL, em São Paulo

29/08/2012 07h00

Eles regulam muitas funções, estão presentes em vários sistemas, são responsáveis por inúmeras sensações. Estamos falando dos hormônios, substâncias químicas produzidas pelo organismo, e depois lançadas na circulação sanguínea ou nos tecidos, para produzir efeitos específicos nos órgãos do corpo.

Derivados de diferentes elementos – proteínas, lipídeos, peptídeos, aminoácidos, colesterol –, influenciam de forma determinante o cotidiano de cada pessoa. Quer ver? Controlam desde o crescimento e desenvolvimento do indivíduo até a maneira como o organismo utiliza e armazena energia para as atividades diárias.

Características sexuais, como a distribuição dos pelos, a formação dos músculos e a textura e espessura da pele, são atribuídas a eles, assim como o controle da pressão arterial – para citar outros exemplos. Até o bem-estar que você sente em determinadas situações tem a ver com esses elementos. Então, vale aprender mais sobre eles para tentar viver mais e melhor.

Para aqueles que acreditam que a tensão pré-menstrual é uma desculpa das mulheres, é importante saber que TPM existe como diagnóstico clínico no Código Internacional de Doenças (CID). A culpa é deles, os hormônios. Assim que termina a menstruação tem início a produção de estrógeno, que começa a cair após o 14º dia, ao mesmo tempo em que aumenta o volume de progesterona.

O quadro atinge de 30% a 40% do universo feminino e, para facilitar o diagnóstico e o tratamento, já foram descritos quatro tipos: A, em que predomina a ansiedade e suas consequências; C, em que é forte a compulsão alimentar (especialmente por doces e chocolate); D, com sintomas depressivos nos 15 dias anteriores à menstruação: e H, caracterizado por inchaço e dor nos seios, cefaléia, gases e incômodo nas pernas. Os tratamentos incluem de vitaminas e fitoterápicos até medicações mais potentes, como os antidepressivos.

Outro mito é o da melatonina, hormônio que vai caindo de produção com a idade, e que poderia ser resposta por suplemento e seria capaz até de reverter a passagem do tempo. Não há nada que comprove isso.

Sintetizada pela glândula pineal, a melatonina regula, sim, o relógio biológico do organismo e, por isso, preserva o desenrolar natural do sono, incluindo o tempo e a duração das fases. Com a idade, sua produção diminui. Embora tenha virado moda ingerir comprimido com o componente à noite, os médicos desaconselham tomar sem prescrição e acompanhamento.

A novidade da vez, a irisina, hormônio produzido, no músculo, no momento em que se pratica atividades físicas, está gerando muitas dúvidas. Ele ativa, em determinadas células do organismo, a termogênese, isto é, a produção de calor, o que acaba acelerando o metabolismo da gordura e levando ao consequente emagrecimento. Porém, uma terapia com esse hormônio ainda está longe da realidade: estudos com humanos começam apenas no ano que vem.

Fontes: endocrinologista Antonio Carlos do Nascimento, doutor pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP); ginecologista Denise Coimbra, membro do grupo de estudo e serviço de reprodução humana da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); endocrinologista Maithê Pimentel Tomarchio, do Hospital Beneficência Portuguesa; e Jeffry Life, médico americano que lançou um plano de vida com reforço hormonal e alimentar para transformar o corpo e a saúde