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Estudo aponta discreto benefício do uso de multivitamínicos na prevenção do câncer em homens

Do UOL

Em São Paulo

17/10/2012 18h24

Estudo apresentado na conferência anual da Associação Americana para Pesquisa do Câncer, realizado esta semana, indica que o uso diário de multivitamínicos comuns - desses que as pessoas adquirem nas drogarias - reduziu o risco de câncer em homens após mais de uma década. Os resultados serão publicados no periodico Journal of the American Medical Association.

“Mais da metade dos norte-americanos tomam algum tipo de suplemento vitamínico, e os mais comumente consumidos são os multivitamínicos”, afirmou John Michael Gaziano, chefe da Divisão de Envelhecimento do Brigham and Women’s Hospital. Segundo ele, é o primeiro estudo de longo prazo para determinar os efeitos dessas pílulas, polulares nos EUA e também no Brasil.

Gaziano e sua equipe utilizaram dados do Estudo de Saúde dos Médicos 2, que incluiu 14.641 médicos norte-americanos do sexo masculino com idade de 50 anos ou mais.

Os pesquisadores designaram aleatoriamente aos participantes um multivitamínico ou nenhum multivitamínico durante o período entre 1997 e junho de 2011. Durante o acompanhamento médio de 11,2 anos, os pesquisadores registraram 2.643 casos de câncer, incluindo 1.365 casos de câncer de próstata e 207 casos de câncer colorretal.

Efeitos modestos

Examinando os resultados no final do estudo, os pesquisadores verificaram uma redução de 8% na ocorrência de câncer total entre os participantes que utilizaram o multivitamínico.

Embora o câncer de próstata tenha sido o tipo de câncer de maior ocorrência na população estudada, não houve nenhum efeito direto do uso do multivitamínico sobre a ocorrência desse tipo de tumor. No entanto, quando os pesquisadores avaliaram o efeito de um multivitamínico sobre outros cânceres, eles verificaram uma redução da ocorrência dos mesmos de aproximadamente 12%, segundo Gaziano. Além disso, eles observaram uma redução de 12% na mortalidade por câncer, que não foi considerada significativa.

Gaziano reforçou, no entanto, que os efeitos foram modestos e que o uso de multivitamínicos somente deve ser considerado em conjunto com outros hábitos, como abandono do tabagismo e prática mais frequente de exercícios, medidas já comprovadas pela literatura como eficazes para a prevenção de câncer e outras doenças.

O pesquisador espera acompanhar a população para determinar se o efeito se intensifica com o tempo, e também lembra que são necessários estudos sobre o uso de  multivitamínicos em mulheres.