Mais da metade das mulheres com incontinência urinária tem disfunção sexual, mostra estudo
Um estudo realizado na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) mostra o impacto da incontinência urinária na sexualidade das mulheres, que são as mais afetadas pelo problema: mais da metade delas apresenta disfunção sexual, mostra o trabalho.
Realizada no ambulatório de disfunção miccional do Hospital São Paulo, ligado à universidade, a pesquisa contou com 163 mulheres sexualmente ativas, com média de idade de 50 anos. Entre as que sofrem de incontinência, 53% apresentam disfunção sexual. Esse índice foi duas vezes menor (23%) no grupo controle, formado por mulheres com o mesmo perfil, mas sem perda involuntária de urina.
"Em 44% delas, há perda de urina durante a relação sexual, o que atrapalha não apenas o desejo como também orgasmo”, relata o urologista Fernando Almeida, orientador da pesquisa, apresentada como tese de mestrado pela fisioterapeuta Mariana Rhein. "Isso é algo que as desencoraja a ter relações", comenta.
Além disso, o médico ressalta que a incontinência urinária afeta muito a autoimagem, o que acaba tendo impacto sobre a sexualidade também. Em todos os aspectos avaliados pela pesquisa - que também incluiu conforto e sintonia com o parceiro - as mulheres com o problema apresentaram resultados piores.
Causas e tratamentos
Muitas podem ser as causas da perda involuntária de urina. Entre elas estão fatores genéticos, obesidade, gravidez, pós-parto, cirurgias e traumas na região pélvica, além de problemas de bexiga hiperativa. "Mas, a mais comum ainda é a decorrente de esforço ou estresse”, afirma o urologista.
O medo e a vergonha de expor o problema ao especialista adia o tratamento, que é simples e eficaz em 90% dos casos, por até 10 anos. Alguns casos são resolvidos com cirurgias de baixo risco. Outros podem ser solucionados com o fortalecimento dos músculos da região pélvica, trabalho feito por fisioterapeutas especializados.
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