Pepsi ainda usa corante com carcinogênico, denuncia grupo nos EUA
Um grupo de vigilância ambiental dos EUA afirmou, nesta quarta-feira (3), que o corante caramelo utilizado na fabricação da Pepsi ainda contém níveis preocupantes de uma substância carcinogênica, mesmo depois de a empresa ter divulgado que iria mudar sua fórmula.
Em março, a Pepsico e a Coca-Cola anunciaram que iriam adaptar suas fórmulas de refrigerantes nos EUA depois que o Estado da Califórnia aprovou uma lei obrigando as empresas a colocarem um aviso nos rótulos sobre o risco de câncer em produtos com certos níveis da substância 4-metil-imidazol, também chamada de 4-MI. Por ser gerada durante o processo de cozimento, traços dessa substância podem ser identificados em diversos alimentos. As alterações foram feitas para bebidas vendidas na Califórnia.
O grupo The Center for Environmental Health (Centro para Saúde Ambiental, em tradução livre) realizou testes e viu que os refrigerantes da Coca-Cola não contêm mais a substância, mas os da Pepsi, vendidos fora da Califórnia, ainda a contêm.
A Pepsi afirmou que seus fornecedores de corante caramelo estão modificando o processo produtivo para retirar o 4-MI do corante. A empresa diz que isso já foi concluído na Califórnia e será em fevereiro do ano que vem para o resto do país. A Pepsi também afirmou que a medida será tomada globalmente, mas não divulgou um prazo.
A Coca-Cola informou que passou a usar um caramelo modificado nos EUA, e acrescentou que todos os seus produtos, inclusive os que não contêm o caramelo modificado, são seguros.
Os testes foram feitos pelo laboratório Eurofins, com produtos adquiridos em maio e junho nos EUA. Nenhum refrigerante vendido na Califórnia apresentou a substância. Fora do Estado, nove dos dez produtos da Coca-Cola analisados continham o 4-MI. Já no caso da Pepsi, os níveis da substância eram de quatro a oito vezes maiores que os níveis considerados seguros na Califórnia para todos os dez produtos adquiridos fora do Estado.
Quantidades pequenas de 4-MI não foram associadas a câncer em humanos. A Associação Americana de Produtores de Bebidas disse que a Califórnia incluiu o corante em sua lista com base em um único estudo feito com camundongos e ratos.
A FDA (Food and Drug Administration), entidade que regula alimentos e remédios nos EUA, afirmou que um consumidor teria que beber mais de 1.000 latas de refrigerante por dia para alcançar as doses que foram associadas a câncer em roedores.
(Com AP)
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