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Médica cubana chega a BH e diz que profissionais não são explorados

Grupo de pessoas ligadas a movimentos sociais aguardava a chegada de médicos cubanos no aeroporto Carlos Drummond de Andrade, na região da Pampulha, em Belo Horizonte - Rayder Bragon/UOL
Grupo de pessoas ligadas a movimentos sociais aguardava a chegada de médicos cubanos no aeroporto Carlos Drummond de Andrade, na região da Pampulha, em Belo Horizonte Imagem: Rayder Bragon/UOL

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

15/09/2013 21h11

A médica cubana Luisa Balbina Diegues Perez, 48, disse neste domingo (15), ao desembarcar no aeroporto Carlos Drummond de Andrade, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, que os médicos cubanos não são explorados pelo regime da ilha governada pelos irmãos Castro.

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    Saiba qual a proporção de médicos em cada Estado e o panorama em outros países

“Somos muito livres. Os médicos de Cuba só querem ajudar a todos os povos que necessitam. Somos missionários da saúde. Essa é a nossa missão, ajudar os povos que não têm médicos”, disse a mulher em resposta a uma pergunta versando sobre crítica na qual os médicos cubanos seriam “escravos” do regime cubano.

Os médicos cubanos que participam do programa Mais Médicos, do governo federal, vão ter um regime diferenciado de pagamento. O governo brasileiro vai repassar o valor da bolsa mensal, de R$ 10 mil, ao governo cubano, que vai se encarregar de fazer o repasse de parte do dinheiro aos médicos da ilha caribenha.

Ao todo, vinte e quatro médicos de Cuba chegaram a Minas em um voo que veio de Salvador.  Eles estavam em treinamento na capital baiana e no Recife, além de Brasília-DF. 

Os médicos foram recepcionados por um grupo de pessoas ligadas a movimentos sociais no saguão do aeroporto que cantava músicas em apoio aos estrangeiros e os fizeram provar de um doce de leite distribuído em colheres aos recém-chegados. Dois médicos cubanos chegaram à capital mineira neste sábado (14).

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Os profissionais irão atuar em vinte e um municípios mineiros “com baixo Índice de Desenvolvimento Humano [IDH]”, informou a assessoria do Ministério da Saúde, a partir do dia 23 deste mês.

A médica Natasha Romero Sanches, 44, disse que o atendimento básico ofertado à população brasileira precisa ser ampliado.

“Eu acho que o povo do Brasil merece uma melhora na qualidade da saúde. Merece muito mais atenção primária de saúde para a prevenção de muitas enfermidades”, afirmou.

Segundo ela, boa parte das enfermidades que aflige a população cubana não se difere das encontradas no Brasil.

“Muitas são doenças crônicas e infecciosas que, de uma maneira geral, são muitos semelhantes das que atendemos em Cuba”, disse.

Ela afirmou ter se sentido feliz com a recepção que teve no aeroporto mineiro.

“Estou muito feliz e contente. O povo brasileiro é muito solidário e muito humano. Tem nos recebido muito bem”, declarou.

A partir desta segunda-feira (16), o grupo vai passar por mais uma etapa do treinamento em Belo Horizonte. Conforme a assessoria do Ministério da Saúde, eles vão se inteirar das doenças que mais incidem no Estado, além de fazer um reconhecimento nas unidades básicas de saúde da capital mineira. O ministério não informou onde eles serão alojados, mas o grupo deixou o local em um ônibus do Exército.

Médicos em todos os municípios

O Secretário Nacional da Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães, presente na recepção aos médicos estrangeiros, disse que o governo federal trabalha para todos os municípios que solicitaram os médicos sejam contemplados.

“Vamos continuar nesse caminho e ter médicos em todos os municípios. No caso de Minas Gerais, em especial, na periferia da região metropolitana de Belo Horizonte, no norte de Minas, no Vale do Aço e no Vale do Mucuri”, afirmou.