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Estudo revela que emagrecer pode deixar as pessoas deprimidas

Emagrecer pode ser bom para o corpo, mas há riscos para a saúde, aponta novo estudo - Thinkstock
Emagrecer pode ser bom para o corpo, mas há riscos para a saúde, aponta novo estudo Imagem: Thinkstock

Do UOL, em São Paulo

08/08/2014 00h00

Você é daquelas pessoas que acha que se fosse magra e com corpo de modelo seria extremamente feliz? Um estudo publicado no Reino Unido acaba de comprovar que as dietas podem deixar muita gente infeliz --e até sob risco de cair em depressão.

O estudo do University College London aponta que a perda de peso não deixa as pessoas mais felizes. Em vez disso, aqueles que emagrecem estão mais propensos a se sentirem tristes, solitários e apáticos do que aqueles que permanecem com mesmo peso ou são mais 'cheinhos'.

A pesquisa descobriu que a indústria da publicidade prega que quem é magro tem o 'poder' de transformar a vida em algo melhor. No entanto, quando alguém emagrece e percebe que o que mudou foi só o número apontado pela balança, acaba se decepcionando.

Além disso, dizem os pesquisadores, a dieta escolhida pode ser difícil de ser seguida à risca e, por sua vez, deixar as pessoas 'para baixo'.

Os resultados vêm de um estudo com quase 2.000 homens e mulheres, com idade acima de 50 anos, com sobrepeso e obesidade. Eles foram pesados no início do estudo e questionados sobre a frequência com que se sentiam tristes. Quatro anos mais tarde, cerca de 14% dos voluntários tinham perdido pelo menos 5% do seu peso corporal --quantidade recomendada para melhorar a saúde.

Os testes mostraram que a pressão arterial e os níveis de gordura no sangue caíram, o que foi bom. Mas não foi apenas isso que caiu: o humor dos pesquisados também registrou queda.

Aqueles que tinham perdido peso estavam 78% mais propensos a sofrer sintomas de depressão do que aqueles que não tinham emagrecido.

E mais importante, não houve qualquer menção dos participantes sobre fatos que poderiam tê-los deixado deprimidos, como por exemplo, um luto ou divórcio.

A pesquisadora Sarah Jackson, que liderou o estudo, disse que o objetivo não é desencorajar quem tenta perder peso, já que isso traz enormes benefícios físicos. "As pessoas não devem esperar que a perda de peso melhore instantaneamente todos os aspectos da vida. A publicidade pode dar às pessoas expectativas irreais sobre emagrecer', afirma.

Os pesquisadores também descobriram que as restrições de uma dieta também pode ter um efeito negativo no humor.

'Podemos especular que a experiência de restringir a ingestão de alimentos e resistir às tentações é muito dura, apesar da satisfação de ver as medidas diminuir', completa Jackson.

Outras possíveis razões para as conclusões do estudo incluem voluntários que já tinham depressão e começaram a perda de peso por conta de um evento estressante, como a perda do emprego.

Mesmo com esses resultados, os pesquisadores recomendam que as pessoas façam dieta. No Reino Unido, por exemplo, o último levantamento apontou que 60% da população já está na categoria de obesos. No entanto, deve-se ficar atento às mudanças de humor para que o esforço não leve o magrinho a se tratar de outros males.

Resumindo: a única certeza é que a dieta pode mudar o tamanho do seu guarda roupa. O que, para quem não tem expectativas tão altas na vida, já é muita coisa.