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Após mosquito modificado, Piracicaba (SP) testa app que identifica o Aedes

Divulgação/Prefeitura de Piracicaba
Imagem: Divulgação/Prefeitura de Piracicaba

Fabiana Marchezi

Colaboração para o UOL, em Campinas (SP)

12/11/2015 11h55

Depois de soltar mosquitos Aedes aegypti geneticamente modificados, que ajudam a conter a propagação da dengue, Piracicaba (a 164 quilômetros de São Paulo) implantou recentemente um projeto-piloto que usa armadilhas de captura e um aplicativo de celular para identificar e monitorar os mosquitos.

A armadilha é composta por um recipiente com pouca água e uma lâmina com um atraente sintético, onde o mosquito --principalmente a fêmea-- entra para botar, mas fica presa e morre. Já o app permite que o agente de saúde identifique imediatamente se o inseto preso na armadilha é macho ou fêmea e transmita em tempo real os dados para o centro de controle.

De acordo com Bruna Natalina de Souza Martins, analista de relacionamento da Ecovec, responsável pela ferramenta, o conteúdo da armadilha é semanalmente retirado pelos agentes do combate à dengue e enviado a Belo Horizonte, onde a empresa está instalada, para analisar se a fêmea infectada transmitiria o sorotipo 1, 2, 3 ou 4 da doença.

O aplicativo também tabula os dados captados em uma determinada região e faz uma escala de cores que vai do verde ao vermelho.

"Se dentro da armadilha não for encontrada nenhuma fêmea com o vírus, o sinal é verde. Agora, se foram achadas três ou mais fêmeas com o vírus, o aplicativo aponta sinal vermelho, que significa que a situação pode ficar crítica”, disse Martins.

Desde o dia 27 de outubro, 28 armadilhas estão instaladas nos bairros de Vila Fátima e Vila Monteiro, que já somam 153 casos da doença este ano. Os primeiros resultados devem ser divulgados nos próximos dias.

Para a Prefeitura, os novos recursos servem para prevenir possíveis infestações. Os agentes de saúde, responsáveis pela instalação, manutenção e monitoramento das armadilhas, foram treinados para interpretar os dados do aplicativo, segundo a empresa.

O projeto-piloto terá duração de três meses, sem custos para a Prefeitura. Depois disso, a Secretaria de Saúde avaliará a viabilidade de implantação em outros bairros.

A ferramenta já é usada para prevenir a dengue em outras cidades. No Estado de São Paulo, o município de Santos contratou o sistema. Santa Vitória (MG), Porto Alegre (RS), Paraty (RJ) e Três Lagoas (MS) também utilizam o aplicativo.

Segundo o último balanço divulgado pela Secretaria de Saúde de Piracicaba, até o dia 8 de novembro, foram confirmados 3.662 casos de dengue na cidade, com 8.789 registros suspeitos notificados.