Topo

RJ: UTIs para covid têm maior ocupação em 2 meses; 7 cidades chegam a 100%

16.jun.2021 - Trabalhadores da Saúde atendem pacientes com covid-19 em UTI -  Foto: MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO
16.jun.2021 - Trabalhadores da Saúde atendem pacientes com covid-19 em UTI Imagem: Foto: MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO

Lola Ferreira

Do UOL, no Rio

17/08/2021 18h32

Ao menos sete municípios do Rio de Janeiro estão hoje com ocupação máxima nos leitos de UTI para covid-19. A ocupação na rede pública estadual é de 70%, o maior índice desde 13 de junho, quando 71% dos leitos de UTI para a doença causada pelo coronavírus estavam ocupados.

Os municípios que não têm mais vagas disponíveis são: Itaguaí (5 leitos ocupados), Bom Jesus Do Itabapoana (65), Cantagalo (10), Itaperuna (10), Miracema (6), Nova Friburgo (20) e Teresópolis (29). Já a rede pública municipal na cidade do Rio de Janeiro tem ocupação de 95% para UTIs de covid e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, 91%.

As seis primeiras cidades divulgaram os dados mais atualizados ontem, no Painel de Monitoramento do estado do Rio. Hoje, Teresópolis atualizou seu painel próprio: seus 29 leitos de UTI estão ocupados, e nove dos pacientes estão intubados.

No mês de agosto, Teresópolis reduziu seus leitos de UTI disponíveis. No dia 1º, eram 50 vagas. No dia 4, passou para 38 e hoje são 29 leitos disponíveis. Também não há vagas nos leitos de enfermaria do município para covid-19 —que diminuíram na mesma proporção, de 43 para 20.

Outros sete municípios têm cinco ou menos leitos de UTI disponíveis para tratamento da doença. Um deles é Tanguá, que tem só três leitos destinados para a covid e dois estão livres. Mas o número pode ser maior: o município não atualiza os dados há oito dias e não retornou os contatos da reportagem.

Vacinas x Avanço da variante delta

O estado do Rio de Janeiro tem 50% da sua população vacinada com a primeira dose contra a covid-19 e 28% com esquema vacinal completo. Ainda assim, enfrenta um aumento de internações em meio ao avanço da variante delta do coronavírus.

Documento interno da SES (Secretaria de Estado de Saúde) mostra que a central de regulação de leitos do estado está apreensiva quanto à ocupação. No documento, foram pedidos novos leitos para a covid-19 no Hospital Estadual Ricardo Cruz, em Nova Iguaçu, que poderia atender moradores da Baixada Fluminense.

O texto cita que a capital fluminense, frequentada por moradores da baixada, é o epicentro da delta.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), também já classificou o município da mesma forma. Na ocasião, pediu que o Ministério da Saúde entregasse mais vacinas ao município, a exemplo do que aconteceu em Manaus e em São Luís em janeiro e maio, quando foram pontos focais da crise sanitária.

Ocupação do RJ aumenta semanalmente

Agosto interrompeu uma tendência de queda na ocupação dos leitos de UTI para covid no estado, que era observada desde 28 de março. Na ocasião, 90% dos leitos de UTI para covid estavam ocupados, mas caiu gradativamente até atingir 52% na última semana de julho.

Na primeira semana de agosto, a taxa voltou a subir e chegou a 62%, um aumento de dez pontos percentuais em uma semana e o primeiro em quatro meses.

Hoje, com 70%, o estado tem a maior taxa desde 13 de junho, quando estava com 71% dos leitos de UTI voltados a pacientes com covid ocupados. Os dados são da SES.

Na semana passada, o UOL mostrou que a fila de espera para internação na rede pública estadual triplicou em apenas 4 dias. Entre os dias 8 e 12 deste mês, o número de pessoas à espera de leito (de UTI ou enfermaria) subiu de 54 para 152, quase três vezes. Trata-se da maior fila para internação em três meses.