Enterro de opositor cubano é marcado por detenções
HAVANA, 24 Jul 2012 (AFP) -O corpo do dissidente cubano Oswaldo Payá foi sepultado nesta terça-feira em Havana, em meio ao fervor de seus seguidores e à detenção de cinquenta opositores que assistiram ao funeral, incluindo Guillermo Fariñas.
Com as mãos erguidas, centenas de pessoas, principalmente do Movimento Cristão de Libertação (MCL), fundado e dirigido por Payá, deram o último adeus a seu líder em um jazigo da família no cemitério Colon, em Havana.
Mais cedo, após a missa fúnebre, houve confusão entre dissidentes e partidários do governo. Os opositores foram presos por agentes à paisana, constataram jornalistas da AFP.
Fariñas, um psicólogo de 50 anos, usava uma camisa com o rosto de Payá no momento da detenção.
Payá (em 2002) e Fariñas (2010) receberam o Prêmio Sakharov do Parlamento europeu, assim como as opositoras Damas de Branco (2005), cuja fundadora, Laura Pollan, morreu em 14 de outubro de 2011 devido a problemas de saúde.
Payá, um engenheiro de 60 anos, morreu no domingo em um acidente de trânsito próximo de Bayamo (744 km de Havana), quando o veículo em que viajava com o opositor Harold Cepero e dois ativistas políticos estrangeiros perdeu o controle e bateu em uma árvore, segundo as autoridades.
Dois filhos de Payá desconfiam da versão oficial e sustentam que o carro alugado por seu pai era perseguido por um caminhão, o que provocou o acidente.
Contudo, a Comissão Cubana dos Direitos Humanos, grupo de oposição, afirma ter se tratado de um "trágico acidente".
No carro viajavam também o espanhol Ángel Carromero Barrios (do Partido Popular), que dirigia o automóvel e foi detido para prestar esclarecimentos à polícia, e o democrata cristão sueco Jens Aron Modig, ambos de 27 anos.
O corpo de Payá foi velado na Paróquia El Cerro, no município onde residia.
Sua filha, Rosa María Payá, responsabilizou publicamente o governo cubano pela "integridade física" de sua família.
"Por respeito ao meu pai e ao meu amigo Harold (Cepero Escalante, também morto na batida), tenho o dever, eu responsabilizo o governo cubano pela integridade física de meus dois irmãos, de minha mãe e de toda minha família", disse Rosa María no funeral de seu pai, diante de aproximadamente 200 pessoas.
A missa foi celebrada pelo cardeal Jaime Ortega, que leu uma mensagem do papa Bento XVI manifestando o "seu mais profundo pesar e proximidade espiritual, enquanto suplico ao Todo-Poderoso pela recuperação total dos feridos".
Ofélia Acevedo, esposa de Payá, afirmou que "o MCL continuará com seu trabalho", pois "nos inspira e nos preenche de esperança e confiança o amor sem limites de Oswaldo e Harold, um amor que os levou a entregar suas vidas".
A morte de Payá provocou a reação dos Estados Unidos, América Latina e Europa, que lamentaram a tragédia.
Payá ganhou notoriedade em maio de 2002, quando entregou ao Parlamento cubano 11.020 assinaturas em apoio ao "Projeto Varela", uma iniciativa por mudanças políticas na ilha.
Com as mãos erguidas, centenas de pessoas, principalmente do Movimento Cristão de Libertação (MCL), fundado e dirigido por Payá, deram o último adeus a seu líder em um jazigo da família no cemitério Colon, em Havana.
Mais cedo, após a missa fúnebre, houve confusão entre dissidentes e partidários do governo. Os opositores foram presos por agentes à paisana, constataram jornalistas da AFP.
Fariñas, um psicólogo de 50 anos, usava uma camisa com o rosto de Payá no momento da detenção.
Payá (em 2002) e Fariñas (2010) receberam o Prêmio Sakharov do Parlamento europeu, assim como as opositoras Damas de Branco (2005), cuja fundadora, Laura Pollan, morreu em 14 de outubro de 2011 devido a problemas de saúde.
Payá, um engenheiro de 60 anos, morreu no domingo em um acidente de trânsito próximo de Bayamo (744 km de Havana), quando o veículo em que viajava com o opositor Harold Cepero e dois ativistas políticos estrangeiros perdeu o controle e bateu em uma árvore, segundo as autoridades.
Dois filhos de Payá desconfiam da versão oficial e sustentam que o carro alugado por seu pai era perseguido por um caminhão, o que provocou o acidente.
Contudo, a Comissão Cubana dos Direitos Humanos, grupo de oposição, afirma ter se tratado de um "trágico acidente".
No carro viajavam também o espanhol Ángel Carromero Barrios (do Partido Popular), que dirigia o automóvel e foi detido para prestar esclarecimentos à polícia, e o democrata cristão sueco Jens Aron Modig, ambos de 27 anos.
O corpo de Payá foi velado na Paróquia El Cerro, no município onde residia.
Sua filha, Rosa María Payá, responsabilizou publicamente o governo cubano pela "integridade física" de sua família.
"Por respeito ao meu pai e ao meu amigo Harold (Cepero Escalante, também morto na batida), tenho o dever, eu responsabilizo o governo cubano pela integridade física de meus dois irmãos, de minha mãe e de toda minha família", disse Rosa María no funeral de seu pai, diante de aproximadamente 200 pessoas.
A missa foi celebrada pelo cardeal Jaime Ortega, que leu uma mensagem do papa Bento XVI manifestando o "seu mais profundo pesar e proximidade espiritual, enquanto suplico ao Todo-Poderoso pela recuperação total dos feridos".
Ofélia Acevedo, esposa de Payá, afirmou que "o MCL continuará com seu trabalho", pois "nos inspira e nos preenche de esperança e confiança o amor sem limites de Oswaldo e Harold, um amor que os levou a entregar suas vidas".
A morte de Payá provocou a reação dos Estados Unidos, América Latina e Europa, que lamentaram a tragédia.
Payá ganhou notoriedade em maio de 2002, quando entregou ao Parlamento cubano 11.020 assinaturas em apoio ao "Projeto Varela", uma iniciativa por mudanças políticas na ilha.
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