Capitão de cruzeiro naufragado na Itália diz ser tratado como se fosse Bin Laden
Francesco Schettino, o capitão do navio de cruzeiro Costa Concordia que encalhou há um ano perto da ilha de Giglio, na Toscana, causando 32 mortes, queixou-se nesta segunda-feira (7) de ser "retratado como alguém pior do que Bin Laden", em uma entrevista ao jornal "La Stampa".
"Eu fui atormentado durante todo o ano pelo o que aconteceu na noite de 13 de janeiro. É uma dor sincera, do fundo do coração. Eu fui retratado como sendo pior do que Bin Laden, enquanto lamento muito pelo o que aconteceu", comentou.
O Costa Concordia transportava 4.229 pessoas, entre elas mais de 3.200 passageiros, quando encalhou na noite de 13 de janeiro próximo as margens da Ilha Giglio depois de bater numa rocha a 300 metros da costa. Trinta e duas pessoas morreram no naufrágio e os corpos de duas vítimas nunca foram encontrados.
O capitão Francesco Schettino é acusado pela justiça por naufrágio, homicídios por negligência e por abandonar o navio, tendo deixado o Costa Concordia antes da evacuação ser concluída.
Ele se defende e explica que "caiu" em um bote salva-vidas, enquanto a evacuação estava em andamento, e nesta entrevista afirmou que sua queda foi devido à "gravidade", já que o navio estava muito inclinado.
Após um ano de investigações sobre a tragédia, os juízes se preparam para pedir o reenvio à justiça de oito pessoas, incluindo oficiais do navio e diretores da Costa Crociere, a companhia proprietária do navio. Mas o principal acusado aos olhos da justiça e do mundo permanece Francesco Schettino, que apela por uma mudança de regras neste tipo de situação.
"Depois do naufrágio do Titanic, muitas coisas foram revistas. Devemos fazer o mesmo agora. Os oficiais a bordo também têm um papel. Enfim, as regras precisam ser revistas", disse.
No próximo domingo, várias cerimônias serão realizadas na ilha de Giglio, para lembrar o primeiro aniversário do acidente e homenagear as vítimas.
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