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Mulher é presa suspeita de criar bebê por quase dois anos em porta-malas na França

Em Terrasson (França)

28/10/2013 12h04

A França ficou em choque nesta segunda depois que veio a público a história de uma menina desnutrida e desidratada que tinha sido mantida no porta-malas de um carro aparentemente desde o seu nascimento.

O bebê, que tem entre 15 e 23 meses, foi encontrado pelos mecânicos na sexta-feira (25), quando sua mãe levou o carro para uma garagem de Terrasson, na região central da França.

A polícia disse que um dos mecânicos ouviu "barulhos estranhos, como gemidos" vindos do porta-malas de um carro, que, quando aberto, revelou a menina, nua, deitada em seu próprio excremento, desidratada e febril.

O bebê foi levado para um hospital, onde os médicos disseram que ele estava sofrendo de atraso de crescimento e problemas mentais.

"A menina aparentemente estava escondida desde o nascimento, e o mais sério é que ela sofre de atrasos significativos em seu desenvolvimento", disse à AFP o promotor local, Jean-Pierre Laffite. A situação é "inacreditável", afirmou.

A mãe da menina, de 45 anos, e o seu companheiro, de 40 anos, foram presos no domingo, acusados pelos crimes de abuso infantil e exposição de menor ao perigo.

Os dois podem ser condenados a até 10 anos de prisão.

A mãe disse à polícia que tinha dado à luz escondido e mantinha a existência do bebê em segredo para todos, incluindo o seu companheiro, o pai da menina.

O casal tem outros três filhos --uma menina de quatro anos e dois meninos de nove e dez anos--, que foram entregues aos serviços sociais após a detenção dos seus pais.

O casal é de origem portuguesa e estão ambos desempregados.

O mecânico que encontrou a menina, Guillaume Iguacel, disse à AFP nesta segunda-feira que ainda estava se recuperando da descoberta.

"Ainda estou tendo problemas para dormir. Ver aquela menina deitada em suas fezes, sem ser capaz de sequer manter a cabeça erguida, branca como uma folha foi uma visão horrível", afirmou.

Iguacel informou que a mãe da menina parecia ter pouca preocupação com a filha.

"Ficamos profundamente chocados porque ela não achou isso anormal. Nós mandamos que ela tirasse a menina do carro e desse algo para ela beber imediatamente", contou.