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Identificação de vítimas do voo que caiu no Mali deve terminar em janeiro

Em Uagadugu (Burkina Faso)

25/10/2014 16h04

A identificação dos restos mortais das 116 vítimas da queda do avião da companhia Air Algerie no Mali, em julho passado, ainda está em curso e poderá ser concluída em janeiro do ano que vem, declarou neste sábado (25) um encarregado militar burquinense em Uagadugu.

A duração da investigação se deve à sua complexidade, explicou o general Gilbert Diendiéré, que comanda a célula de crise criada depois do acidente, declarando compreender a dor e a angústia das famílias.

"Infelizmente, não pudemos chegar aos resultados imediatamente, levando em conta as dificuldades que tivemos na exploração de uma das duas caixas-pretas. Será preciso um pouco mais de tempo para poder tentar decodificar a segunda caixa", indicou.

"A identificação dos restos [mortais das vítimas] continua. Ela não terminou", destacou o militar, que espera ser atualizado "no mês de janeiro" sobre a recuperação dos restos, "cuja maior parte se encontra em Paris para perícia".

O voo AH5017, que partiu de Uagadugu rumo a Argel, caiu em 24 de julho no norte do Mali, 32 minutos após a decolagem com 116 passageiros e tripulantes a bordo. O acidente não deixou sobreviventes.

Entre as vítimas estavam 54 franceses, 23 burquinenses, além de passageiros de Líbia, Argélia, Espanha, Canadá, Alemanha e Luxemburgo.

Durante uma semana, especialistas internacionais vasculharam o local do acidente, próximo da cidade de Gossi, a cerca de 150 km de Gao, para coletar, sobretudo, restos mortais para identificar as vítimas, uma tarefa difícil por causa da pulverização da aeronave. Eles realizaram cerca de 1.000 coletas de DNA.

"Queremos os corpos ou os restos de nossos mortos. É preciso que insistamos, que lutemos com todos os meios possíveis para que nos entreguem os restos de nossos mortos", afirmou neste sábado Patrick de Lalande, membro da Associação Francesa de Vítimas do acidente, que perdeu o filho na tragédia.

"É uma batalha longa (que) pode durar três anos, cinco anos", observou Lalande, durante um dia de homenagem às vítimas do voo AH 5017 em Uagadugu.

No campo judiciário, três investigações foram abertas: no Mali, na França e em Burkina Faso.