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Líbios pedem ajuda à UE para conter fluxo de imigrantes

09/05/2015 14h42

Misrata, Líbia, 9 Mai 2015 (AFP) - O governo de Salvação Nacional da Líbia, não reconhecido pela comunidade internacional, pediu neste sábado à UE ajuda para conter a imigração ilegal.

O primeiro-ministro desta facção, Mohamed Khalifa al Guwail, também afirmou que a UE deve "manter contato direto" com seu governo.

A Líbia tem dois governos e parlamentos desde que a Fajr Libya, uma aliança de milícias islâmicas, tomou Trípoli em agosto. A comunidade internacional reconhece apenas o executivo instalado no leste do país.

"Convidamos a União Europeia e a comunidade internacional, em particular a Itália e o sul da Europa para ajudar a Líbia, especialmente o Governo de Salvação Nacional" afirmou Guwail à AFP.

"Eles devem manter contato direto com a gente para abordar maneiras de ajudar a acabar com a imigração ilegal, e fornecer barcos (...) e assistência para aqueles (migrantes) que se encontram em centros de detenção".

Guwail visitou a cidade portuária de Misrata, leste de Trípoli, para descobrir as necessidades da guarda costeira da Líbia, antes de ir para um centro de detenção de migrantes.

De acordo com as autoridades líbias, entre 5.000 e 7.000 migrantes passam meses se espalham ao longo dos 16 centros de detenção na Líbia.

A maioria foi interceptada quando tentava atravessar o Mediterrâneo para chegar à Europa. Migrantes embarcam em uma perigosa viagem a partir da costa da Líbia a bordo de navios superlotados e em ruínas, que vêm deixando centenas de mortos.

O chefe da guarda costeira da Líbia, Rida Issa, disse há poucos dias à AFP que sua unidade precisa de "10 navios equipados" para lutar contra a migração ilegal.

Contrabandistas de migrantes tiram proveito do caos que está engolindo o país desde a queda de Muammar Gaddafi em 2011

A ONU diz que mais de 110 mil imigrantes passaram pela Líbia em 2014 em seu caminho para a Europa.

Mais de 5.000 migrantes morreram ao naufragar nas águas do Mediterrâneo nos últimos 18 meses.

Em 19 de abril, cerca de 750 migrantes morreram quando o barco em que estavam afundou entre a Líbia e Itália.



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