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Inundações deixam nove mortos na Alemanha e um na França

1º.jun.2016 - Barco navega por rua inundada em Nemours (França). Chuvas torrenciais atingiram regiões do norte da Europa, deixando mortos e vários desabrigados - Kenzo Tribouillard/AFP
1º.jun.2016 - Barco navega por rua inundada em Nemours (França). Chuvas torrenciais atingiram regiões do norte da Europa, deixando mortos e vários desabrigados Imagem: Kenzo Tribouillard/AFP

Em Paris (França)

02/06/2016 17h59

O número de mortos subiu para nove na Alemanha nesta quinta-feira (2), enquanto a França registrou sua primeira vítima devido às chuvas torrenciais que atingem ambos os países.

Um homem de 74 anos que montava a cavalo morreu arrastado pelas águas no departamento de Seine-et-Marne, ao sul da região de Paris, anunciaram as autoridades locais nesta quinta-feira.

Na quarta-feira, foi encontrado o corpo de uma mulher de 86 anos neste mesmo departamento, mas as autoridades ainda não sabem se a morte está relacionada com as inundações dos últimos dias.

Na Baviera, no sudeste da Alemanha, as inundações mataram nove pessoas e deixaram outras três desaparecidas: um homem de 65 anos e um casal de idosos, indicou à AFP um porta-voz da polícia local.

"Tememos o pior", acrescentou este porta-voz, preocupado pelos desaparecidos que estão sendo procurados ativamente.

As autoridades também encontraram o corpo de um homem, afirmou posteriormente a mesma fonte, sem informar se trata-se de um dos desaparecidos.

Na localidade alemã de Simbach am Inn, epicentro das inundações na quarta-feira, o nível da água baixou, depois de ter alcançado os telhados das casas em algumas regiões.

Foi nesta pequena cidade de 10 mil habitantes, perto da fronteira com a Áustria, que os socorristas descobriram em uma casa inundada quatro corpos de mulheres, três da mesma família.

"A água subiu tão rápido que praticamente ninguém teve tempo de fugir", disse a polícia.

"Choro pelas pessoas que morreram nas inundações, estou junto com as famílias devastadas pelas catástrofes. (...) Esta situação de urgência mostra que na Alemanha somos solidários", declarou a chanceler alemã, Angela Merkel.

Após visitarem os locais inundados, o ministro bávaro das Finanças, Markus Söder, falou de um "tsunami de chuva" e a ministra bávara do Meio ambiente, Ulrike Scharf, de inclemências "de dimensões nunca vistas", atribuindo-as às mudanças climáticas.

No norte da Áustria, onde os bombeiros intervieram centenas de vezes na quarta-feira, a situação voltou quase à normalidade nesta quinta-feira.

Alerta na França

Na França, após "um dia de calma relativa" na quarta-feira, são esperadas novas chuvas, advertiu o serviço meteorológico francês.

Na região parisiense e na região vizinha de Centro-Valle de Loira, nove departamentos ainda estão em alerta, com mais de 20 mil lares sem eletricidade.

Em Paris, o nível do rio Sena subiu até alcançar 5,1 metros, e as autoridades calculam que pode chegar a 6 metros na sexta-feira.

Nas margens do Sena, o museu do Louvre está sob "alerta geral de inundação" e permanecerá fechado na sexta-feira para retirar "de forma preventiva" as obras conservadas nos depósitos, indicaram os responsáveis pelo local.

O Museu d'Orsay também cancelou sua abertura noturna nesta quinta-feira.

Devido à inundação dos cais em ambos os lados do Sena, o transporte fluvial foi interrompido. A linha de trem regional que atravessa a capital e algumas rodovias foi fechada.

A situação segue tensa e difícil em várias regiões, reconheceu o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, que foi constatar os danos nas ruas inundadas de Nemours, uma das cidades mais afetadas, 80 km ao sul de Paris. Em alguns lares desta localidade, a água superou os níveis alcançados durante a inundação de 1910 (4,25 m).

"Vivo aqui há 60 anos e nunca havia visto algo comparável", disse Sylvette Gounaud, moradora de Nemours.

Valls anunciou a criação de "um fundo excepcional de apoio" às vítimas. Algumas pessoas precisaram passar a noite em ginásios da cidade, como em Nemours e Longjumeau (a sudoeste de Paris).

Nestas localidades, cujos centros ficaram inundados, pequenas embarcações levavam à terra firme os habitantes privados de eletricidade e calefação, constataram fotógrafos da AFP.

O presidente francês, François Hollande, anunciou que o estado de catástrofe natural seria reconhecido a partir da próxima quarta-feira, durante o Conselho de Ministros.

Desde as primeiras chuvas de domingo foi necessária a intervenção de 10 mil bombeiros em todo o território francês, segundo as autoridades.