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Duas pessoas são presas durante reintegração de posse em São Paulo

31/08/2015 12h32

Duas pessoas foram presas hoje (31), durante o processo de reintegração de posse de um terreno na região do Parque Bristol, zona sul de São Paulo. Segundo o capitão Celso Arantes Lucas, da Polícia Militar (PM), um dos detidos foi preso ao resistir à ordem judicial de retirada do local e o outro por ter ateado fogo a um dos imóveis. As chamas atingiram outras moradias, sendo necessário acionar duas viaturas do Corpo de Bombeiros.

Apesar desse incidente, ninguém ficou ferido e não há mais nenhuma família no local. Os dados da PM indicam que na área viviam cerca de 500 pessoas em 100 moradias, sendo 350 adultos, 20 idosos e 130 crianças e adolescentes. O capitão Lucas informou que a maioria (80%) deixou a área no começo da manhã, de forma pacífica. Cerca de 40 caminhões foram disponibilizados para o transporte dos pertences dessas famílias. O local está isolado e protegido por policiais militares.

A ordem de despejo é da juíza Maria Silvia Gabrielloni Feichtenberger, da 3ª Vara Civel do Foro Regional 3. O terreno tem área de 6 mil metros quadrados, fica entre as ruas Estevão Pedroso, Professor Artur Primavesi, Paschoal Bocci e Marechal Vieira Peixoto. Há dois anos começou a ser ocupado e, desde então, segundo o capitão Lucas, começou a ser reivindicada a posse pelo proprietário.

O militar disse que a retirada foi negociada com os ocupantes. A maioria das moradias era de alvenaria e parte delas já foi derrubada por máquinas retroescavadeiras. O metalúrgico Valdonez Francisco Ribeiro, de 32 anos, e a mulher dele, Maria da Conceição Melo Ribeiro, acompanhavam a distância os trabalhos e estavam inconformados. "Nós não éramos invasores", disse ele, acrescentando que comprou o lote, pagando R$ 7,5 mil, e depois gastou mais R$ 45 mil para construir a moradia. "Agora, tenho de pagar o empréstimo que fiz para construir e ainda tive de pedir mais empréstimo para alugar uma casa.

O casal manifestou surpresa pela reintegração de posse e disse que a medida já tinha sido adiada duas vezes, por isso, acreditavam que haveria uma saída. Maria da Conceição afirmou que quando chegaram ao local, as pessoas que já estavam vivendo lá informaram que o dono havia perdido o imóvel para a prefeitura. "Como na Zona Norte aconteceu isso e as pessoas conseguiram ficar no imóvel, a gente acreditava que aqui também ia ser desse jeito. A gente não ia ser louco de ocupar uma propriedade particular". Apesar das declarações dos dois, eles disseram que não sabem de quem compraram o lote e que pagaram sob risco para realizar "o sonho da casa própria".

Editor Graça Adjuto