Servidores do Rio voltam às ruas contra medidas do governo do estado
Cerca de 10 mil pessoas reuniram-se hoje (2) em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) para protestar contra as medidas enviadas há um mês à Casa pelo governador Luiz Fernando Pezão. A estimativa foi feita pelos organizadores da manifestação - a Polícia Militar do Rio de Janeiro não divulga esse tipo de cálculo.
Os manifestantes ocuparam toda a escadaria e as rampas da Alerj, além das pistas da Avenida Presidente Antônio Carlos em frente à Casa.
Convocado pelo Movimento Unificado dos Servidores Públicos do Estado, que reúne cerca de 30 sindicatos, o ato foi um protesto contra a situação financeira do estado, a mudança do calendário de pagamento de salários e a reforma na Previdência. Também participaram do ato estudantes, representantes de centrais sindicais e de movimentos sociais. A maioria das pessoas usava camiseta do movimento que convocou a manifestação, que trazia a inscrição: "Basta! Os servidores e a população não vão pagar pela crise".
Em discurso, muitos sindicalistas diziam que as propostas do governo "destroem o serviço público do Rio de Janeiro".
O diretor do Sindicato dos Profissionais da Educação, Sérgio Perdigão, lembrou que os funcionários do setor entraram em greve hoje. "Nosso objetivo é que todas as categorias do município entrem em greve, é fazer uma greve geral dos servidores do estado. Por isso, estamos aqui fortalecendo o movimento unificado."
Também entraram em greve nesta quarta-feira os servidores da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec). Segundo o diretor do Sindicato dos Profissionais de Educação da Faetec, Jorge Henrique Lacerda e Silva, a mobilização continua porque a pauta de reivindicações não avançou.
"Diversas coisas que ele [Pezão] pediu na Alerj foram barradas pelos deputados, mas alguns pontos continuam em pauta, como a mudança da data-base do pagamento do quinto para o sétimo dia útil, o parcelamento do 13º e o aumento do desconto do Rio Previdência de 11% pra 14% - nisso ele não recuou, está sendo votado na Alerj, o que pode prejudicar, cada vez mais, o funcionário público estadual", reclamou o sindicalista.
O deputado Flavio Serafini (PSOL) disse que a Alerj aprovou a extinção de apenas uma fundação, entre as sete propostas pelo governador, e um empréstimo de R$ 1 bilhão para capitalizar a Rio Previdência. Os demais projetos, sete no total, estão parados. "Esse conjunto de ações fere uma série de princípios constitucionais, como, por exemplo, o de que os servidores não podem ter perdas."
Serafini acrescentou que as medidas ferem também o direito do servidor tem à reposição anual de acordo com a perda inflacionária e geram um grande mal-estar na Casa, porque mexem com ações estruturais do estado e vêm num momento de crise. "Não ajudam a resolver a crise imediata, mas podem sucatear de vez a situação dos servidores públicos aqui no Rio de Janeiro", afirmou o deputado.
O governo do estado disse que não vai se pronunciar sobre a manifestação nem sobre os projetos em análise na Alerj.
Por volta das 17h, a passeata seguiu pelas ruas do centro até a Cinelândia, onde os manifestantes se dispersaram.
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