Topo

Servidores do Rio voltam às ruas contra medidas do governo do estado

02/03/2016 20h15

Rio de Janeiro - Professores da rede estadual e estudantes secundaristas se juntam ao Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais em protesto contra medidas do governador Luiz Fernando Pezão, em frente à As

Manifestantes ocuparam escadaria e rampas da Alerj, além de ruas próximasFernando Frazão/Agência Brasil

Cerca de 10 mil pessoas reuniram-se hoje (2) em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) para protestar contra as medidas enviadas há um mês à Casa pelo governador Luiz Fernando Pezão. A estimativa foi feita pelos organizadores da manifestação - a Polícia Militar do Rio de Janeiro não divulga esse tipo de cálculo.

Os manifestantes ocuparam toda a escadaria e as rampas da Alerj, além das pistas da Avenida Presidente Antônio Carlos em frente à Casa.

Convocado pelo Movimento Unificado dos Servidores Públicos do Estado, que reúne cerca de 30 sindicatos, o ato foi um protesto contra a situação financeira do estado, a mudança do calendário de pagamento de salários e a reforma na Previdência. Também participaram do ato estudantes, representantes de centrais sindicais e de movimentos sociais. A maioria das pessoas usava camiseta do movimento que convocou a manifestação, que trazia a inscrição: "Basta! Os servidores e a população não vão pagar pela crise".

Em discurso, muitos sindicalistas diziam que as propostas do governo "destroem o serviço público do Rio de Janeiro".

O diretor do Sindicato dos Profissionais da Educação, Sérgio Perdigão, lembrou que os funcionários do setor entraram em greve hoje. "Nosso objetivo é que todas as categorias do município entrem em greve, é fazer uma greve geral dos servidores do estado. Por isso, estamos aqui fortalecendo o movimento unificado."

Também entraram em greve nesta quarta-feira os servidores da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec). Segundo o diretor do Sindicato dos Profissionais de Educação da Faetec, Jorge Henrique Lacerda e Silva, a mobilização continua porque a pauta de reivindicações não avançou.

"Diversas coisas que ele [Pezão] pediu na Alerj foram barradas pelos deputados, mas alguns pontos continuam em pauta, como a mudança da data-base do pagamento do quinto para o sétimo dia útil, o parcelamento do 13º e o aumento do desconto do Rio Previdência de 11% pra 14% - nisso ele não recuou, está sendo votado na Alerj, o que pode prejudicar, cada vez mais, o funcionário público estadual", reclamou o sindicalista.

Rio de Janeiro - Professores da rede estadual e estudantes secundaristas se juntam ao Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais em protesto contra medidas do governador Luiz Fernando Pezão, no centro da ci

No  fim  da tarde, os  manifestantes  seguiram  em  passeata  até  a  Cinelêndia   Fernando  Frazão/Agência  Brasil

O deputado Flavio Serafini (PSOL) disse que a Alerj aprovou a extinção de apenas uma fundação, entre as sete propostas pelo governador, e um empréstimo de R$ 1 bilhão para capitalizar a Rio Previdência. Os demais projetos, sete no total, estão parados. "Esse conjunto de ações fere uma série de princípios constitucionais, como, por exemplo, o de que os servidores não podem ter perdas."

Serafini acrescentou que as medidas ferem também o direito do servidor tem à reposição anual de acordo com a perda inflacionária e geram um grande mal-estar na Casa, porque mexem com ações estruturais do estado e vêm num momento de crise. "Não ajudam a resolver a crise imediata, mas  podem sucatear de vez a situação dos servidores públicos aqui no Rio de Janeiro", afirmou o deputado.

O governo do estado disse que não vai se pronunciar sobre a manifestação nem sobre os projetos em análise na Alerj.

Por volta das 17h, a passeata seguiu pelas ruas do centro até a Cinelândia, onde os manifestantes se dispersaram.