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Bióloga brasileira já foi detida outras duas vezes

A ativista brasileira Ana Paula Maciel, detida com mais 29 pessoas por protestar em uma plataforma de petróleo no Ártico em 18 de setembro, desembarca na cidade de Porto Alegre (RS) na manhã deste sábado (28) - Luciano Leon/Futura Press
A ativista brasileira Ana Paula Maciel, detida com mais 29 pessoas por protestar em uma plataforma de petróleo no Ártico em 18 de setembro, desembarca na cidade de Porto Alegre (RS) na manhã deste sábado (28) Imagem: Luciano Leon/Futura Press

Em Porto Alegre

28/12/2013 15h51

 Nas prisões da Rússia, a bióloga brasileira Ana Paula Maciel experimentou a sensação de perder a liberdade pela terceira vez por participar de protestos do Greenpeace. Em 2006, Ana Paula ficou presa alguns dias em São Cristóvão e Nevis, no Caribe, e saiu mediante pagamento de multa, pelo Greenpeace. Naquele mesmo ano, ficou detida algumas horas em Santarém (PA). Mesmo com esses episódios em suas atividades, ela não pensa em parar e conta com o apoio da família, que a esperou com uma faixa com a frase "Ana Paula Maciel, a nossa Porto está mais Alegre com teu retorno. Te amamos".

Sabendo do que Ana Paula gosta, o pai, Jaires Maciel, advogado, de 57 anos, a esperou com uma orca de pelúcia. "Eu sei que ela quer ir para a Nova Zelândia fazer campanha pelas orcas", disse. "Com certeza, ela vai, porque quando quer ela faz." Jaires Maciel mostrou-se orgulhoso pela militância da filha. "Eu fico feliz porque para os filhos a gente sempre deseja felicidade", afirmou.

A irmã, Telma, admitiu que a família às vezes fica com medo das aventuras da Ana Paula, mas compreende e apoia a irmã. "Entendemos que é a vida dela e que quando acha que tem que se arriscar, ela se arrisca mesmo", afirmou. A mãe, Rosângela, motorista de transporte escolar, destacou a repercussão do caso como positiva por chamar a atenção para o degelo do Ártico e mostrou-se preparada para quando Ana Paula partir para uma nova missão.

"Vou dizer 'Vai, que eu fico rezando por ti'", previu, reiterando que sempre soube que criaria os filhos para o mundo e não para ela própria. "Existem perigos, sim, mas lá e cá", comparou. "Se todo o mundo fizesse um pouquinho, como fazem os ativistas, nosso planeta estaria melhor." O reencontro da ativista com a família não tem roteiro preestabelecido. Nem mesmo o que fariam no almoço, ao deixar o aeroporto, estava programado. O que é certo, disse Rosângela, é que Ana Paula descansará e escolherá o que quer fazer neste domingo, 29, e no ano-novo.