Bióloga brasileira já foi detida outras duas vezes
Nas prisões da Rússia, a bióloga brasileira Ana Paula Maciel experimentou a sensação de perder a liberdade pela terceira vez por participar de protestos do Greenpeace. Em 2006, Ana Paula ficou presa alguns dias em São Cristóvão e Nevis, no Caribe, e saiu mediante pagamento de multa, pelo Greenpeace. Naquele mesmo ano, ficou detida algumas horas em Santarém (PA). Mesmo com esses episódios em suas atividades, ela não pensa em parar e conta com o apoio da família, que a esperou com uma faixa com a frase "Ana Paula Maciel, a nossa Porto está mais Alegre com teu retorno. Te amamos".
Sabendo do que Ana Paula gosta, o pai, Jaires Maciel, advogado, de 57 anos, a esperou com uma orca de pelúcia. "Eu sei que ela quer ir para a Nova Zelândia fazer campanha pelas orcas", disse. "Com certeza, ela vai, porque quando quer ela faz." Jaires Maciel mostrou-se orgulhoso pela militância da filha. "Eu fico feliz porque para os filhos a gente sempre deseja felicidade", afirmou.
A irmã, Telma, admitiu que a família às vezes fica com medo das aventuras da Ana Paula, mas compreende e apoia a irmã. "Entendemos que é a vida dela e que quando acha que tem que se arriscar, ela se arrisca mesmo", afirmou. A mãe, Rosângela, motorista de transporte escolar, destacou a repercussão do caso como positiva por chamar a atenção para o degelo do Ártico e mostrou-se preparada para quando Ana Paula partir para uma nova missão.
"Vou dizer 'Vai, que eu fico rezando por ti'", previu, reiterando que sempre soube que criaria os filhos para o mundo e não para ela própria. "Existem perigos, sim, mas lá e cá", comparou. "Se todo o mundo fizesse um pouquinho, como fazem os ativistas, nosso planeta estaria melhor." O reencontro da ativista com a família não tem roteiro preestabelecido. Nem mesmo o que fariam no almoço, ao deixar o aeroporto, estava programado. O que é certo, disse Rosângela, é que Ana Paula descansará e escolherá o que quer fazer neste domingo, 29, e no ano-novo.
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