Topo

Conduzidas pelo dólar, taxas de juros futuros terminam em baixa

18/12/2014 17h16

São Paulo - A baixa do dólar ante o real nesta quinta-feira, 18, favoreceu o recuo das taxas de juros futuros, que registraram uma negociação mais calma hoje em meio à agenda doméstica fraca de indicadores. A queda do dólar refletiu o alívio das tensões no exterior e um movimento de realização de lucros que se seguiu à alta acentuada da moeda recentemente.

O ambiente mais ameno no exterior se manteve mesmo após o petróleo ter interrompido o movimento de recuperação visto mais cedo, à medida que os investidores ainda reagiam positivamente ao comunicado mais brando do Federal Reserve (Fed), divulgado ontem.

O BC norte-americano disse que pode ser "paciente" antes de elevar os juros e sinalizou que a elevação, quando vier, pode ser em ritmo mais ameno. Além disso, houve algumas revisões importantes: as projeções para a inflação em 2015, que antes eram de 1,6% a 1,9%, foram para 1,0% a 1,6%. As estimativas para a mediana dos Fed Funds no fim de 2015 cederam de 1,375% para 1,125%. Para 2016, recuaram de 2,875% para 2,5%.

Os preços dos contratos futuros do petróleo recuavam em Londres e em Nova York por volta das 16h30, após abrirem a sessão em alta. O movimento inicial de recuperação veio depois de os preços atingiram os menores patamares em 5 anos nos últimos dias e refletiu notícias de que empresas do setor estão reduzindo seus planos de investimentos, após a queda contínua registrada pela commodity recentemente, e declarações de ministros de países produtores, que expressaram otimismo de que os preços de petróleo se recuperarão.

A inversão do sinal positivo da commodity ocorreu, em meio à avaliação de que a combinação de oferta excessiva e fraca demanda deverá persistir durante boa parte do primeiro semestre de 2015, segundo analistas. Perto das 16h30, o Brent para fevereiro recuava 1,32%, a US$ 60,37 por barril, enquanto o petróleo para janeiro negociado na Nymex perdia 1,54%, a US$ 55,60 por barril.

A melhora das tensões na Rússia também contribuiu para alimentar o apetite por risco nos mercados financeiros nesta quinta-feira. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse hoje que o governo não tem planos de forçar os exportadores a venderem moeda numa tentativa de estabilizar o rublo, que despencou ante o dólar devido à queda dos preços do petróleo.

Putin acusou as nações ocidentais de tentar conter e desarmar a Rússia em relação a tomar controle de seus recursos naturais. Os problemas econômicos atuais, afirmou, são o custo da independência e da soberania.

No fim do pregão regular na BM&F Bovespa, o DI para abril de 2015 (134.570 contratos) tinha taxa de 12,22%, de 12,270% no ajuste anterior. O vencimento para julho de 2015 (49.870 contratos) tinha taxa de 12,58%, de 12,61% no ajuste de ontem.

O DI para janeiro de 2016 (225.750 contratos) tinha taxa de 12,91%, na mínima, de 12,92% no ajuste desta quarta-feira. O DI para janeiro de 2017 (199.930 contratos), o mais negociado, tinha taxa de 12,94%, de 13,01% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2021 (62.730 contratos) exibia taxa 12,46%, de 12,58% no ajuste de ontem.

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta tarde, foram apenas monitorados pelo mercado. A geração de 8.381 postos de trabalho em novembro, apontada pelo Caged, foi o pior desempenho do País na criação de vagas desde 2008.

Naquele mês, com a chegada da crise financeira internacional, de acordo com a série histórica sem ajuste, o saldo foi negativo em 40.821 vagas. Em novembro de 2014, a indústria foi um dos setores que mais demitiu, com 43.700 cortes de postos de trabalho. A indústria química puxou cortes, com redução de 8.530 vagas, seguida pelo segmento têxtil, que demitiu 7.177 postos.