Especialistas sugerem limite diário para utilização de tablets por crianças
Maria Ângela Barbato Carneiro, professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), afirma que os estímulos proporcionados pelos aparelhos ajudam a desenvolver o interesse e a aprendizagem das crianças. "Mas não é só isso. Há também aspectos sociais, morais", explicou. "Ela deve frequentar espaços abertos. Deve haver atividades com uso de texturas, odores, sabores", sugeriu.
Outro cuidado é evitar o contato precoce ou exagerado com os conteúdos. "A criança não deve ter acesso livre. Deve ser apenas o que é adequado para a faixa etária", destacou Maria Ângela, que coordena o Núcleo de Cultura e Pesquisas do Brincar da PUC-SP.
Christian Müller, da Sociedade Brasileira de Pediatria, é contra o uso dos aparelhos por bebês. "Não há nenhum ganho formal em inseri-los precocemente em celulares, tablets ou computadores", afirmou. Já entre as crianças com mais de 3 anos, o neuropediatra menciona o parâmetro de, no máximo, duas horas diárias.
Senhas e códigos são úteis para limitar o controle de acesso dos filhos, mas isso não dispensa o acompanhamento dos adultos. "Essa proximidade que permitirá que as ansiedades e dúvidas infantis sejam discutidas com os pais e não com um pessoa estranha e de conduta desconhecida."
Efeitos comportamentais
A sobrecarga tecnológica nos pequenos, dizem os especialistas, tem efeitos comportamentais, como ansiedade e irritabilidade. Isso pode ter consequências graves, como queda no rendimento escolar e isolamento social. Já entre os problemas físicos estão a dor de cabeça, alteração no sono e obesidade.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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