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Ministro Edinho Silva nega ilegalidade em doações da UTC para campanha de Dilma

13/05/2015 15h23

Brasília - O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, negou nesta quarta-feira, 13, que tenha mantido contatos ilegais com o dono da UTC, Ricardo Pessoa, enquanto era tesoureiro da campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff. Ele garantiu que sua atuação como arrecadador de recursos foi totalmente dentro da legalidade.

Pessoa foi autorizado a viajar a Brasília nesta quarta-feira para discutir com a Procuradoria-Geral da República uma possível delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato. Questionado sobre a denúncia de que o executivo teria entregado R$ 7,5 milhões à campanha petista com medo de perder contratos na Petrobras, Edinho disse que todas as doações foram legais e que as contas da presidente foram aprovadas por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

"Eu jamais mantive qualquer tipo de contato com a Petrobras, portanto, jamais cumpri esse tipo de função. Eu fui um tesoureiro de campanha como todos os demais tesoureiros que exerceram essa função", disse. "Procuraram empresários brasileiros e doações foram feitas, todas elas legais e declaradas legalmente", explicou.

O ministro afirmou que teve três encontros com Pessoa, todos de conhecimento público, mas garantiu que jamais sofreu algum tipo de pressão. "A campanha da presidente Dilma foi auditada como nenhuma outra campanha foi auditada na história eleitoral brasileira", disse.

De acordo reportagem do jornal Folha de S.Paulo do último fim de semana, Pessoa teria dito a procuradores que a contribuição da UTC à campanha de Dilma foi tratada diretamente com o então tesoureiro da campanha, Edinho Silva. "O que eu penso é que no Brasil tem um princípio constitucional de que quem acusa tem o ônus da prova. Eu penso que toda vez que acusação é feita, ônus é de quem acusa", defendeu.

Ajuste

De acordo com o ministro, o governo mantém o diálogo com o Congresso Nacional e espera a aprovação das medidas provisórias que alteram regras trabalhistas e previdenciárias. "Eu acredito na aprovação dessas medidas tanto na Câmara quanto no Senado, porque elas são importantes para o Brasil", afirmou.

Outro ponto do ajuste é o projeto de lei que reduz a desoneração da folha de pagamentos de empresas. No início da semana, o vice-presidente da República, Michel Temer, disse que o governo pode retirar o pedido de urgência de um dos projetos do pacote anticorrupção proposto pelo Palácio do Planalto para acelerar a tramitação do texto da desoneração.

Segundo Edinho, o ato não diminuiria a importância das medidas anticorrupção. "Claro que as medidas que estão em debate em relação ao ajuste econômico é muito importante que sejam aprovadas, porque têm prazo para isso, mas não significa que as medidas anticorrupção sejam menos importantes. Elas são tão importantes quanto o ajuste econômico", disse.