Delegado: havia bicicletas de R$ 30 mil perto de casa de suspeito no Rio
O adolescente suspeito de esfaquear o médico Jaime Gold, 56, na noite da última terça-feira (19) na Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio de Janeiro, já havia sido detido 15 vezes, antes de ser apreendido novamente nesta quinta-feira (21), em casa, por volta de 5h, na comunidade de Manguinhos, zona norte, por agentes da Delegacia de Homicídios.
De acordo com o delegado titular da Delegacia de Homicídios, Rivaldo Barbosa, as investigações apontam que a região funcionaria como um centro de receptação de bicicletas roubadas na zona sul da cidade. Agentes identificaram e apreenderam nove bicicletas próximas à casa do adolescente, com indícios de que tenham sido roubadas --não se sabe ainda por quem. A bicicleta do médico Jaime Gold não foi encontrada.
"Existe bicicleta ali que custa R$ 30 mil, ao que parece", informou o delegado. No corredor em frente à casa do adolescente em Manguinhos, foram encontradas quatro facas, incluindo um facão, e duas tesouras. Ainda não se sabe se uma delas foi a arma utilizada no crime da última terça-feira.
O delegado afirma que o jovem foi apreendido pela primeira vez em 2010, aos 11 anos, por crime contra o patrimônio, na mesma rua onde o médico foi assassinado, a Epitácio Pessoa, na Lagoa. Depois dessa apreensão, foram mais quatorze. As últimas três passagens pela polícia, em 2014, foram todas na zona sul, nos bairros do Leblon e Ipanema, duas por roubo e uma por fato administrativo.
O jovem costumava praticar roubos na região de Ipanema, Leblon e Lagoa, na zona sul, segundo a Polícia Civil. "Em conversa informal ele foi categórico em dizer que furta e rouba bicicletas na zona sul e vende para algumas pessoas da própria comunidade em Manguinhos", informou o delegado.
Ele foi levado para a delegacia na Barra da Tijuca, onde está prestando depoimento em companhia da mãe e de uma irmã. O segundo suspeito de participar do crime ainda não foi localizado.
A Polícia Civil afirmou que o menor de idade foi reconhecido por testemunhas. Depois de ouvido por um policial civil e um psicólogo, o adolescente será encaminhado a um juiz da infância e da juventude, que pode determinar a internação do menor em uma unidade socioeducativa.
Redução da maioridade
Ao falar sobre a apreensão do menor de 16 anos, o delegado afirmou que reduzir a maioridade penal é "abrir mão desses adolescentes". "Se você baixar a maioridade penal, vai estar abrindo mão desses adolescentes. A gente tem que pensar em um trabalho de ressocialização", ressaltou o delegado.
Mesmo se dizendo surpreso com "a frieza e a forma covarde sem nenhum sentimento com o ser humano" que mostraram os autores do crime, o delegado destacou que o caso "supera a fase da polícia". "Há que se pensar com um pensamento social", defendeu. Atualmente, tramita no Congresso um Projeto de Emenda Constitucional (PEC) que reduz a maioridade penal no País de 18 para 16 anos.
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