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Uso de fontes renováveis na geração de energia no Brasil é o menor em 10 anos

Em 2012, as fontes não renováveis foram responsáveis por 57,6% da energia gerada - Paulo Pinto/ Fotos Públicas
Em 2012, as fontes não renováveis foram responsáveis por 57,6% da energia gerada Imagem: Paulo Pinto/ Fotos Públicas

Rio

19/06/2015 10h25

A participação das fontes de energia renováveis na matriz energética brasileira está em declínio desde 2009 e atingiu, em 2012, a menor participação em uma década, segundo o estudo Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) Brasil 2015, divulgado nesta sexta-feira (19), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Enquanto isso, as fontes não renováveis aumentaram sua participação.

As fontes renováveis respondiam por 42,4% da energia gerada em 2012, enquanto as não renováveis foram responsáveis por 57,6%. Só o petróleo e seus derivados foram responsáveis por 39,2% da energia no país, aumento impulsionado pelas descobertas na área do pré-sal e pelo crescimento nas vendas de automóveis.

O avanço do consumo de energia per capita em ritmo maior do que o aumento da população e os problemas climáticos, que comprometem a geração de energia por meio de hidrelétricas, também contribuíram para essa mudança de perfil.

"Houve uma queda forte na produção com derivados de cana de açúcar, assim como uma queda na geração hidráulica por fatores climáticos, algo que já ocorre há algum tempo. O que está crescendo gradativamente, mas ainda é fraco para puxar o segmento, são outras fontes primárias renováveis, como eólica e solar", explica Júlio Jorge Gonçalves da Costa, pesquisador da Coordenação de Recursos Naturais do IBGE.

Além do petróleo, outras fontes não renováveis no país em 2012 eram o gás natural, com 11,5% da geração de energia, carvão mineral e derivados (5,4%) e urânio e derivados (1,5%). Já no caso das fontes renováveis, os destaques foram derivados de cana de açúcar (15,4%), hidráulica e eletricidade (13,8%), lenha e carvão vegetal (9,1%) e outras fontes primárias renováveis (4,1%).