Andreza Matais

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Opinião

Estocadas de Lula em Haddad preocupam setor financeiro

As estocadas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ministro Fernando Haddad (Fazenda) incomodaram uma parte do setor financeiro, que vê na postura do presidente um "custo desnecessário" para a imagem do chefe da economia.

Nesta semana, Lula pediu para Haddad largar os livros para passar mais tempo dialogando com o Congresso e cobrou a liberação de verbas para a Embrapa. "Veio, falou bonito, mas não de dinheiro", ironizou sobre o discurso do subordinado.

"É absurdo e irresponsabilidade conjunta que uma empresa como a Embrapa deixe de fazer pesquisa porque falta R$ 1 milhão, R$ 2 milhões", queixou-se.

O UOL conversou com investidores, advogados e consultores econômicos que atuam em escritórios do Itaim Bibi, em São Paulo, e da Zona Sul do Rio que não viram graça nas piadas de Lula.

Quatro deles avaliaram que as declarações do presidente buscam conter demandas de servidores e cobranças nas áreas social e ambiental, além de mostrar uma diferença entre as sensibilidades do presidente e do ministro.

Entretanto, observaram, a situação tanto do governo quanto do mercado não permite uma falta de sintonia mesmo simbólica ou diversionista. É filme antigo que não "funciona" hoje, diz um executivo que comanda a área de seguros de um grande banco.

Diferentemente do passado, em que via Lula e Antonio Palocci como figuras diferentes, uma visão alimentada pelo próprio petista, o mercado espera agora o apoio do presidente ao atual titular da Fazenda inclusive na frente da claque.

Afinal, observam pessoas ouvidas pelo UOL, quem precisa no momento ter a imagem preservada é Haddad diante do setor econômico e não o presidente diante de seu público tradicional.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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